Socorro contra tarifa dos EUA pode ficar fora da meta fiscal, afirma Alckmin

Publicado 31.07.2025, 11:14
Atualizado 31.07.2025, 12:00
© Reuters. Vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, discursa em cerimônia no Palácio do Planalton28/07/2025nREUTERS/Adriano Machado

Por Bernardo Caram

(Reuters) - O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, disse nesta quinta-feira que os gastos públicos com o plano de contingência para mitigar efeitos da tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros poderão ser excluídos da contabilidade da meta fiscal, mas o governo busca o menor custo possível.

Falando em entrevista ao programa Mais Você, da TV Globo, Alckmin disse que o plano terá impacto financeiro, creditício e tributário, ressaltando que as medidas estão praticamente prontas.

"No Rio Grande do Sul, com a enchente, teve um fato superveniente, que não estava previsto, ninguém podia prever, o Tribunal de Contas da União autorizou a excluir (gastos da meta)", disse.

"Vai ter preocupação fiscal, o (ministro da Fazenda) Fernando Haddad está fazendo um bom trabalho."

O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs na quarta-feira sua prometida tarifa de 50% sobre produtos brasileiros para combater o que ele chama de "caça às bruxas" contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas excluiu da taxa mais pesada produtos importantes da pauta de exportações do Brasil como aeronaves, energia e suco de laranja.

Sem dar detalhes, o vice-presidente disse que as medidas de socorro serão focadas em preservar empregos e a produção nacional, com atenção especial a setores mais impactados pela tarifa.

Alckmin ponderou que a primeira linha de ação do governo será continuar em negociação comercial com os EUA para reverter a elevação de tarifa oficializada na quarta, e que tem previsão de entrar em vigor na próxima semana.

"O presidente Lula orientou, primeiro vamos continuar a negociação. A negociação não terminou hoje, ela começa hoje", disse, ao avaliar que há espaço para negociar.

Para ele, a taxação do Brasil pelos EUA é uma situação de "perde-perde" que elevará custos para o consumidor norte-americano.

O vice-presidente ainda confirmou que 35,9% das exportações brasileiras estão incluídas na tarifa de 50% do presidente Donald Trump.

Na entrevista, Alckmin evitou fazer uma previsão para a inflação após a tarifa, mas afirmou que os preços no país estão em tendência de queda e acrescentou que produtos mais taxados pelos EUA também precisarão ser direcionados com maior força para o mercado doméstico brasileiro.

Ele disse que "é preciso ficar atento ao dólar", que impacta a inflação, defendendo que não haja uma escalada da crise comercial para que não se observe reflexos negativos no câmbio.

 

(Por Bernardo Caram, em Brasília; Reportagem adicional de Fernando Cardoso)

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