Edimburgo, 13 ago (EFE).- A forte presença policial nas ruas da Inglaterra neste sábado contrasta com a tranquilidade e a paz que se vive na vizinha Escócia, na qual não foi registrado nenhum episódio de violência nas ruas e de onde a população e os governantes apenas observam o que consideram um "problema dos ingleses".
O número de agentes é o mesmo de sempre nessa época do ano, segundo confirmou à Agência Efe a Polícia escocesa, que lembrou que não há nenhum motivo para elevar o alerta, já que não foi registrado nenhum incidente no país.
Desde que há uma semana os distúrbios afetaram gravemente as principais cidades inglesas, o primeiro-ministro escocês, o nacionalista Alex Salmond, não demorou a pedir publicamente que não chamassem a onda de violência na Inglaterra de "distúrbios britânicos", já que só havia afetado uma das regiões autônomas do Reino Unido.
As declarações foram polêmicas, mas coincidem com o sentimento dos escoceses, que aproveitam estes incidentes para ressaltar suas diferenças dos seus vizinhos ingleses.
"Estou orgulhoso de que não tenha acontecido nada aqui. Somos muito diferentes, mais relaxados, gostamos de ficar tranquilos e não procuramos problemas" disse Michael, um morador de Edimburgo, à Efe.
Um aposentado da cidade tem uma visão mais política: "Graças a Deus temos um Governo autônomo com competências policiais claras. Ao não dependermos, de Londres sabemos o que temos que fazer".
Um ex-policial que prefere não revelar sua identidade acusou o Governo de David Cameron de não ter deixado a Polícia atuar, "algo que não teria acontecido na Escócia".
Em comunicado, o Governo de Edimburgo esclareceu que "é importante que internacionalmente se faça um retrato ajustado do que ocorreu, que as pessoas saibam que a Escócia é um lugar seguro como destino turístico".
A Polícia escocesa cedeu 250 de seus agentes a cidades do norte da Inglaterra gravemente afetadas pela violência como Manchester e Liverpool.
A presença de turistas é alta nas ruas da capital escocesa neste fim de semana, já que coincide com a inauguração do Festival Internacional de Edimburgo. EFE