Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - Autoridades do banco central dos Estados Unidos divulgarão, nesta quarta-feira, mais detalhes sobre a evolução do plano de três anos para cortar vários trilhões de dólares do estoque de ativos adquiridos pelo Federal Reserve para estabilizar os mercados financeiros durante a pandemia de coronavírus, seu próximo passo na trajetória para restringir o crédito e reduzir a inflação.
As reduções do balanço patrimonial, que as autoridades dizem poder começar já em maio, foram debatidas na reunião de março do Fed, e a ata desse encontro, a ser divulgada às 15h (de Brasília), pode indicar com que rapidez e até que ponto os formuladores de política monetária agirão para se livrar dos 4,6 trilhões de dólares em Treasuries e títulos lastreados em hipotecas acumulados desde março de 2020.
O banco central "continuará apertando a política monetária metodicamente por meio de uma série de elevações na taxa de juros e começando a reduzir o balanço em ritmo acelerado já em nossa reunião de maio", disse a diretora e indicada a vice-chair do Fed, Lael Brainard, na terça-feira.
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Referindo-se ao período de 2017 a 2019, quando o banco central levou um ano para atingir um ritmo de 50 bilhões de dólares em reduções mensais, Brainard afirmou: "Espero que o balanço patrimonial encolha consideravelmente mais rápido" desta vez.
No mês passado, o Fed elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, a primeira de uma série de altas esperada para este ano e o próximo.
Diminuir a carteira do Fed alimenta ainda mais a pressão sobre os mercados de crédito ao baixar a demanda pelos ativos que o banco central detém, o que aumenta a pressão sobre a taxa de juros.
Embora as estimativas do impacto variem, o chair do Fed, Jerome Powell, disse após a reunião de março que as reduções podem ter o mesmo efeito que uma alta adicional de 0,25 ponto na taxa de curto prazo que o banco central usa como sua principal ferramenta.