BBAS3: Saiba como usar análise SWOT para investir, ou não, em Banco do Brasil
Por Dan Burns
WASHINGTON (Reuters) - A decisão do Federal Reserve no mês passado de manter a taxa de juros gerou dissidências de dois importantes membros do banco central que queriam um corte em busca de proteção contra um enfraquecimento ainda maior do mercado de trabalho, e a ata dessa reunião poderá mostrar nesta quarta-feira se as preocupações deles começaram a repercutir entre outros participantes.
Se confirmado, isso reforçaria as expectativas de que as reduções dos custos dos empréstimos podem começar no próximo mês.
Nem mesmo 48 horas após a conclusão da reunião de 29 e 30 de julho do Comitê Federal de Mercado Aberto, dados do Departamento do Trabalho pareciam validar as preocupações da vice-chair de supervisão do Fed, Michelle Bowman, e do diretor Christopher Waller. Os dados mostraram que foram criados muito menos empregos do que o esperado em julho, que a taxa de desemprego subiu e que a taxa de participação da força de trabalho caiu para o nível mais baixo desde o final de 2022.
Mais preocupante, porém, foi uma revisão histórica para baixo das estimativas de emprego nos dois meses anteriores. Essa revisão eliminou mais de 250 mil empregos que se acreditava terem sido criados em maio e junho e prejudicou bastante a narrativa predominante de um mercado de trabalho ainda forte. O evento foi tão irritante para o presidente Donald Trump que ele demitiu a chefe do Escritório de Estatísticas do Trabalho.
No entanto, os dados desde então têm fornecido munição para o grupo mais preocupado com o risco de que o agressivo regime tarifário de Trump reacenda a inflação, ajudando-os a sustentar sua posição contra uma redução rápida da taxa de juros. A taxa anual de inflação subjacente ao consumidor acelerou mais do que o esperado em julho e foi seguida por um salto inesperadamente grande nos preços ao produtor.
"A ata do Comitê Federal de Mercado Aberto de julho vai proporcionar uma compreensão mais detalhada da divisão no comitê entre a maioria que votou para manter os juros e o bloco ’dovish’ liderado pelos diretores dissidentes Miki Bowman e Christopher Waller", escreveram analistas da Oxford Economics antes da divulgação da ata às 15h desta quarta (horário de Brasília).
"No entanto, a ata está mais obsoleta do que o normal, uma vez que é anterior aos números revisados de criação de vagas, o que levou a uma rápida reavaliação da probabilidade de um corte na taxa de juros em setembro."
Antes da divulgação da ata, a ferramenta FedWatch da CME atribui uma probabilidade de 85% de uma redução de um 25 pontos base na taxa de juros do Fed, atualmente na faixa de 4,25% a 4,50% desde dezembro.
Outro motivo pelo qual a ata podem parecer obsoletas é que ela será divulgada apenas dois dias antes de um discurso do chair do Fed, Jerome Powell, no simpósio econômico anual do Fed em Jackson Hole.
O discurso de Powell na manhã de sexta-feira - o seu último discurso em Jackson Hole como chair do Fed já que seu mandato termina em maio - poderá mostrar se ele se uniu àqueles que acham que chegou a hora de tomar medidas para proteger o mercado de trabalho de um enfraquecimento ainda maior ou se ele continua alinhado com aqueles mais cautelosos em relação à inflação, à luz de seu afastamento da meta de 2% do banco central.