Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - Os preços ao produtor no Brasil passaram a subir 0,94% em outubro, de uma alta de 0,62% no mês anterior, informou Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
O resultado, a nona alta consecutiva e a taxa mais elevada desde julho (+1,53%), levou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulado em 12 meses a uma alta de 5,89%.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que em outubro 15 apresentaram avanço de preços na comparação com o mês anterior.
"O cenário é bastante diferente daquele que observamos em 2023, quando nos dez primeiros meses o IPP acumulava uma queda de 4,47%. A alta do dólar teve importante papel no IPP em outubro, ajudando a explicar o comportamento de vários setores”, explicou Murilo Alvim, analista do IPP.
As maiores influências no resultado de outubro foram registradas por alimentos (0,46 p.p.), indústrias extrativas (0,34 p.p.), metalurgia (0,14 p.p.) e veículos automotores (0,06 p.p.).
Em termos de variação, indústrias extrativas (7,84%), impressão (2,56%), madeira (2,42%) e metalurgia (2,24%) foram os destaques no mês.
Já o setor de alimentos mostrou avanço de 1,81%, subindo pelo sétimo mês seguido, acumulando em 12 meses alta de 10,64%.
“Essa dinâmica da indústria de alimentos pode ser explicada pelo maior preço das carnes, em especial as bovinas. Há uma menor oferta de animais para abate, devido ao clima seco em algumas regiões com criação de gado, e ao aumento das exportações, que reduzem a oferta no mercado interno. Com o aumento do valor das carnes bovinas, o consumidor busca outras carnes, fazendo com que os preços das outras carnes também subam", disse Alvim.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.