BC: Projeção do IPCA para o 2º trimestre no horizonte de 2026 sobe a 3,6%

Publicado 06.11.2024, 16:09
Atualizado 06.11.2024, 19:44
© Reuters.  BC: Projeção do IPCA para o 2º trimestre no horizonte de 2026 sobe a 3,6%

O Banco Central aumentou a sua projeção para a inflação no horizonte relevante da política monetária, que passou do primeiro para o segundo trimestre de 2026, de 3,5% para 3,6% - demonstrando que mesmo o aumento da taxa Selic antecipado pelo relatório Focus é insuficiente para levar o IPCA ao centro da meta, de 3%.

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar os juros em 0,50 ponto porcentual, de 10,75% para 11,25%, acelerando o ritmo de aperto frente à reunião de setembro, quando havia aumentado a taxa em 0,25 ponto. Esse movimento estava precificado na curva e era esperado por 71 das 73 instituições ouvidas na última pesquisa Projeções Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado).

"O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação", diz o comunicado, que destaca entre os riscos de alta para cenário inflacionário e as expectativas de inflação: uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada.

As variáveis observadas pelo Copom se deterioraram entre setembro e a decisão de hoje. A taxa de câmbio usada nas projeções do comitê aumentou de R$ 5,60 para R$ 5,75. As expectativas de inflação do mercado subiram para 2024 (4,35% para 4,59%) e 2025 (3,95% para 4,03%), e permaneceram descoladas da meta para 2026, em 3,61%.

As projeções de inflação do Copom aumentaram para todo o horizonte de projeções. A estimativa para a inflação de 2024 saltou de 4,3% para 4,6%, já acima do teto da meta este ano, de 4,5%. A projeção para 2025 subiu de 3,7% para 3,9%, afastando-se do centro do alvo, de 3%.

Todas as estimativas levam em conta a evolução da taxa de câmbio conforme a paridade do poder de compra (PPC) e o preço do petróleo seguindo a curva futura por aproximadamente seis meses, passando a aumentar 2% ao ano posteriormente. Também consideram a trajetória de Selic embutida no Focus, que pressupõe juros em 11,75% no fim deste ano, 11,50% no fim de 2025 e 9,75% no fim de 2026 - respectivamente, 0,50 ponto, 1,0 ponto e 0,25 ponto acima da reunião de setembro. No cenário de referência, o Copom adotou ainda a hipótese de bandeira tarifária amarela em dezembro de 2024 e 2025.

Também nesse cenário de referência, o Copom ajustou as suas projeções para a inflação de preços livres em 2024 (4,4% para 4,5%), 2025 (3,6% para 3,8%) e o segundo trimestre de 2026 (3,3% para 3,4%). A projeção para os preços administrados passou de 4,2% para 4,9% este ano, 4,0% para 4,2% no próximo e 4,1% para 4,3% no horizonte relevante.

Em seu comunicado, o Copom destacou ainda que "o ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed".

Juro real

O aumento da Selic leva a taxa de juros real ex-ante - ou seja, descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses - do Brasil a 8,08%, a terceira maior do mundo, segundo levantamento do site MoneyYou. O País está atrás só da Turquia (15,18%) e Rússia (12,19%).

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.