Caged, exterior e otimismo sobre diálogo com EUA aliviam taxas nesta segunda (4)

Publicado 04.08.2025, 15:14
Atualizado 04.08.2025, 18:40
Caged, exterior e otimismo sobre diálogo com EUA aliviam taxas nesta segunda (4)

A dois dias da entrada em vigor da tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil, a curva a termo percorreu a segunda etapa do pregão desta segunda-feira, 4, com redução na maior parte das taxas.

Além do alívio vindo do exterior, com queda dos rendimentos dos Treasuries, e de sinais mais auspiciosos sobre as negociações com o governo Trump, dados domésticos também contribuíram para o movimento. Publicado às 14h30, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho ficou aquém das expectativas, o que levou os vértices mais curtos a tocarem mínimas intradia por volta daquele horário.

No fechamento, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2026 oscilou de 14,909% no ajuste de sexta para 14,910%. O DI de janeiro de 2027 passou de 14,194% no ajuste anterior a 14,150%. O DI de janeiro de 2028 ficou em 13,445%, de 13,514% no ajuste antecedente. o DI de janeiro de 2029 cedeu de 13,428% no ajuste para 13,335%.

Na ponta mais longa da curva, o DI para janeiro de 2031 marcou 13,560%, vindo de 13,659% no ajuste. O DI para janeiro de 2033 diminuiu de 13,784% no ajuste para 13,670%.

Divulgado nesta tarde pelo Ministério do Trabalho, o Caged mostrou que foram abertos 166,6 mil postos de trabalho celetistas em junho, abaixo da mediana de 175 mil vagas apontada pelo Projeções Broadcast. O saldo do mês é 19,24% menor do que o observado em junho de 2024. Em maio deste ano, as admissões superaram as demissões em 148,9 mil empregos formais.

No comunicado que acompanhou sua mais recente decisão de manter a Selic em 15% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) destacou que, embora o conjunto dos indicadores de atividade econômica venha apresentando "certa moderação no crescimento, o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo."

Segundo economistas, os números de hoje do Caged, mesmo abaixo do previsto, ainda são condizentes com o sentimento de que os fundamentos do emprego permanecem aquecidos, uma vez que a desaceleração maior de criação de vagas se deu em setores mais cíclicos - como construção e comércio. De qualquer forma, a percepção é de que a perda de fôlego da atividade está começando, finalmente, a atingir o mercado de trabalho, o que ajudou a controlar as taxas futuras no primeiro pregão da semana.

"O Caged ajudou um pouco sim no recuo das taxas, mas parece ser algo secundário à queda dos Treasuries nos Estados Unidos", diz Luciano Rostagno, estrategista-chefe da EPS Investimentos, que destaca, ainda, a expectativa de que o presidente Lula entre em contato por telefone com seu colega americano, Donald Trump, sobre o tarifaço.

"As tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos continuam no foco dos investidores", destaca Rostagno. "Aparentemente, Trump está mais aberto a dialogar, o que dá esperança ao mercado de que o impacto das tarifas vai ser minimizado".

Em entrevista nesta tarde à BandNews, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que a situação atual em relação ao tarifaço vai mudar com diálogo, e que deve conversar ainda nesta semana com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. "Se houver avanço nas conversas entre os dois governos, pode ter entrada de recursos, o que favorece o câmbio, e reforçaria apostas de que o BC pode cortar os juros no começo do ano que vem", avalia o estrategista-chefe da EPS.

Por fim, vetor importante de alívio à curva de juros local nesta segunda veio dos EUA, com recuo nas taxas dos Treasuries. A expectativa de que o Fed vai cortar os juros em setembro e de que alguém com visão mais favorável à redução vai substituir a diretora Adriana Kugler, que renunciou semana passada, reduziram os juros dos títulos americanos.

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