Cinema australiano pede que Mel Gibson o "salve" das tarifas de filmes de Trump

Publicado 07.05.2025, 11:35
Atualizado 07.05.2025, 11:40
© Reuters. Ator Mel Gibson em evento em Los Angeles, EUAn24/09/2024nREUTERS/Mario Anzuoni

Por Christine Chen e Jorge Nieto

SYDNEY/GOLD COAST, AUSTRÁLIA (Reuters) - O setor cinematográfico da Austrália quer que o ator Mel Gibson faça o que faz em seus filmes de ação e salve o dia, convencendo o presidente dos EUA, Donald Trump, a retirar suas tarifas sobre filmes, o que poderia devastar seu negócio de A$1 bilhão (US$ 650 milhões) em Hollywood.

Os líderes do setor disseram que as tarifas causariam uma grande perda de empregos na produção cinematográfica local e aumentariam os preços dos ingressos. Eles pediram que Gibson, nascido nos EUA e que começou sua carreira na Austrália, use seu papel como conselheiro de Trump para instar o presidente a reconsiderar.

Em janeiro, Trump contratou Gibson como "embaixador especial" de Hollywood, embora não tenha detalhado sua função.

"Esperamos que Mel Gibson, como um dos conselheiros de Trump nesse espaço, esteja dizendo ao presidente que essa é uma ideia idiota", disse Kate Carnell, presidente da entidade do setor Screen Producers Australia, em uma entrevista.

Gibson planeja rodar um filme na Itália este ano, segundo a mídia do setor, o que poderia ser afetado pelas tarifas dos EUA.

"Para o Mel Gibson fazer seu filme na Itália e depois ter uma tarifa de 100% para ser exibido nos EUA é simplesmente absurdo", disse Carnell.

Trump anunciou no domingo uma tarifa de 100% sobre os filmes produzidos fora dos EUA, dizendo que a indústria cinematográfica norte-americana está morrendo uma "morte muito rápida" devido aos incentivos que outros países estão oferecendo para atrair cineastas.

O anúncio deixou perplexos os executivos de estúdios que há décadas supervisionam produções em vários continentes e não conseguem entender como isso funcionaria. Também causou um choque nas indústrias cinematográficas do exterior, onde Hollywood produz filmes com custos de produção mais baixos.

CINEMA AUSTRALIANO EM RISCO

Desde que as primeiras sequências de "Guerra nas Estrelas" e "Matrix" foram filmadas em Sydney no início dos anos 2000, com o dólar australiano perto de uma baixa recorde em relação ao dólar norte-americano, o setor cinematográfico da Austrália se envolveu com Hollywood.

Os gastos internacionais com produções cinematográficas e televisivas na Austrália responderam por cerca de metade dos gastos totais de A$1,7 bilhão do setor em 2024, segundo a Screen Australia, um órgão do governo. A Screen Australia observou que o número geral caiu 29% em relação ao ano anterior, em parte devido à greve dos roteiristas de Hollywood.

"As tarifas de 100% seriam devastadoras para o setor cinematográfico australiano... Estamos falando de muitos empregos (perdidos), é difícil quantificar", afirmou Carnell, acrescentando que o negócio cinematográfico da Austrália nos EUA vale cerca de A$1 bilhão. "As pessoas estão dizendo: ’como eles puderam fazer isso? É tão estúpido’."

Carnell disse que, se os estúdios de Hollywood gastarem mais para filmar todos os filmes nos EUA, "seus custos aumentariam e, portanto, os custos para os consumidores, para as pessoas que assistem aos filmes, também aumentariam".

Kate Marks, presidente-executiva da Ausfilm, que conecta estúdios internacionais com a Austrália, afirmou que os EUA têm um "histórico longo e mutuamente benéfico" de colaboração em filmes com a Austrália.

"Estamos monitorando de perto a situação e aguardando mais detalhes. Vamos continuar trabalhando com nossos parceiros do setor e do governo", disse.

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