A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que recebeu "com indignação" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou nesta quarta-feira, 6, a taxa Selic em 0,5 ponto porcentual, para 11,25% ao ano. "Trata-se de mais uma decisão extremamente conservadora da autoridade monetária. Isso porque o nível em que a Selic se encontrava antes da reunião já era mais que suficiente para manter a inflação sob controle", diz a nota divulgada pela entidade há pouco.
Para a CNI, a alta da Selic irá trazer "prejuízos desnecessários à atividade econômica, com reflexos negativos em termos de criação de emprego e renda para a população". A entidade destaca ainda que a questão das contas públicas merece melhor avaliação pelo BC. "Embora seja inegavelmente importante buscar a sustentabilidade da dívida, há um exagero na preocupação com o quadro fiscal. O impulso fiscal sobre a atividade econômica tem se reduzido significativamente ao longo de 2024, o que tende a frear a pressão sobre a inflação." Ressalta ainda que o menor ritmo de expansão das despesas somado ao crescimento da arrecadação federal tem mostrado que o cumprimento do limite inferior da meta de resultado primário de 2024 é "totalmente viável".
"Fica evidente que a Selic está em patamar excessivo e incompatível com os elementos que influenciam o quadro inflacionário", afirma a CNI, que defende que, ao invés de subir a Selic, o foco seja a retomada dos cortes nas taxas de juros. "Só assim o País conseguirá avançar na agenda de redução do custo financeiro suportado pelas empresas, que se acumula ao longo das cadeias produtivas, e pelos consumidores. Caso contrário, continuarão penalizando não só a economia brasileira, mas, principalmente os brasileiros, com menos empregos e renda."