Dólar cai pela 5ª sessão seguida em meio à percepção de alívio sobre impasse Brasil-EUA
Investing.com – O Federal Reserve está avaliando ajustes na composição de seu portfólio à medida que se aproxima do fim do aperto quantitativo.
Muitos participantes da reunião do FOMC em janeiro manifestaram apoio à ideia de alinhar a estrutura de vencimento dos ativos do Fed à composição da dívida pública dos Estados Unidos. Atualmente, a maturidade média ponderada dos títulos mantidos pelo Fed é de nove anos, enquanto a da dívida do Tesouro americano é de seis anos. Para reduzir essa diferença, seria necessário um aumento na alocação de ativos de curto prazo.
Uma das principais questões envolve a velocidade dessa transição. Joseph Abate, diretor-gerente do Barclays (LON:BARC), aponta dois caminhos possíveis: uma abordagem acelerada e uma transição gradual.
“No cenário acelerado, a participação de títulos de curto prazo no portfólio do Fed chegaria a 22% em 2030, com compras anuais de aproximadamente US$ 250 bilhões”, afirma Abate.
Esse cronograma encurtaria significativamente a maturidade média do portfólio do Fed, mantendo as perturbações no mercado sob controle, desde que o Tesouro preserve a atual relação entre títulos curtos e a dívida total.
Já a abordagem gradual distribuiria as compras de maneira mais equilibrada ao longo das diferentes maturidades, espelhando melhor a estrutura da dívida pública.
“O caminho gradual não levaria a participação de títulos de curto prazo a 22% antes de 2045”, observa Abate, acrescentando que isso implicaria aquisições anuais em torno de US$ 125 bilhões. Esse processo mais lento permitiria uma adaptação mais suave, mas levaria muito mais tempo para alcançar a estrutura desejada.
Ele destaca que um portfólio com maturidade média reduzida proporcionaria ao Fed maior flexibilidade para ajustes futuros na política monetária.
O Fed parece inclinado a adotar uma abordagem de portfólio neutro em relação ao mercado, com uma transição progressiva que minimize distorções.
Segundo Abate, essa estratégia levaria 16 anos para alcançar um portfólio neutro, enquanto um ajuste mais rápido, concentrado apenas em títulos curtos, levaria cerca de cinco anos. Além disso, o modelo de portfólio neutro teria um impacto mais limitado sobre os prêmios de prazo.
“Como as compras do Fed estariam alinhadas à distribuição média da dívida pública, não haveria pressão sobre a oferta de títulos curtos, nem o Tesouro seria forçado a emitir mais dívida de longo prazo”, explica.
Essa abordagem também ampliaria o espaço de manobra do Fed, permitindo cortes nas taxas de juros sem se aproximar rapidamente do limite inferior zero, evitando, assim, a necessidade de recorrer a novos programas de afrouxamento quantitativo.
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