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Copom: Inflação encurrala BC e mercado vê alta de 0,5 pontos percentuais quarta

Publicado 15.03.2021, 16:56
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BIDI4
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Por Ana Carolina Siedschlag

Investing.com - O Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, deve iniciar o novo ciclo de alta de juros com um aumento de 50 pontos-base, saindo da mínima histórica da pandemia à medida que as projeções de inflação para os próximos meses seguem elevadas, disseram economistas ao Investing.com sobre a decisão desta próxima quarta-feira (17).

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O consenso é que a autoridade monetária dê início a uma série de altas que devem convergir para entre 4% e 4,5% no final do ano, patamar de equilíbrio para o alcance do centro da meta de inflação atual de 3,75% ao ano.

“Não tem como não subir. Copom já avisou que a inflação esperada convergiu para as metas, e isso quer dizer que a Selic está baixa”, disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator.

Para ele, a autoridade monetária deve, pelo menos, levar a Selic para o mesmo nível antes da pandemia, já que, àquela altura, a inflação estava abaixo da meta. A expectativa dele é que, além do aumento de 50 pontos-base de março, o BC suba pelo menos mais 75 pontos na reunião seguinte para chegar a 3,25%, “que é uma Selic real zero pensando na inflação doze meses à frente”.

Já Thais Zara, economista-sênior da LCA Consultores, aponta que é o receio com a piora da economia que deve levar a autoridade monetária a não ajustar 75 pontos-base logo nesta reunião de março.

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Para ela, a expectativa é que, além da alta inicial de 50 pontos, venham mais três aumentos dessa magnitude e, depois, um avanço ao ritmo de 25 pontos-base até chegar em 4,75% em 2021 e 5,25% no início de 2022.

“Apesar de existir muita incerteza sobre a volta da atividade, por conta da piora da pandemia, o BC vai ser obrigado a agir por causa da inflação”, aponta.

Contraponto

Nesta segunda-feira (15), o Boletim Focus aumentou a projeção do IPCA de 2021 para 4,6% e manteve o de 2022, ano para o qual o BC já começa a olhar, em 3,5%.

Para o PIB, a perspectiva foi cortada para baixo pela segunda vez consecutiva, chegando agora a uma alta de 3,23% em 2021, contra 3,43% há quatro semanas.

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Rafael Leão, economista-chefe da Parallaxis, aponta que o BC deve buscar uma taxa que seja consensual entre controlar os preços da inflação, mas sem dar margem para restringir a recuperação econômica que mal começou no país. Assim, para ele, a alta desta quarta-feira pode ser menor do que o mercado espera, a 25 pontos-base.

“Dar um choque de juros agora seria errôneo porque aprofundaria a queda da atividade, encareceria o crédito e teria um impacto na realização de investimentos”, defende.

E o comunicado?

Para Zara, da LCA, o comunicado que acompanha a decisão deve enfatizar a mudança em relação ao cenário externo, com a alteração significativa em relação aos juros americanos trazendo uma pressão para o câmbio pelo movimento do dólar.

Ela aponta ainda que a autoridade monetária deve manter a menção de que as reformas fiscais são importantes e talvez sinalizar que houve uma certa piora em relação à última reunião.

Para Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter), essa sinalização deve ser ainda mais contundente.

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“Houve uma deterioração do cenário fiscal pela aprovação da PEC Emergencial com controle de gastos menor que o esperado, o que mostra que a Reforma Administrativa pode ter as mesmas dificuldades de negociação”, aponta.

Para ela, o episódio envolvendo a interferência do governo Jair Bolsonaro nas grandes estatais, que acabou por desvalorizar o real ante o dólar, e o aperto nos títulos da dívida dos EUA, que pode reduzir o fluxo de capital para cá, devem levar o BC a reforçar a mensagem de que o país precisa andar com as reformas no lado fiscal para evitar ter que subir muito os juros em um momento ainda delicado para a economia.

A expectativa da economista do Banco Inter (SA:BIDI4) é de que o ciclo de alta comece agora na quarta-feira com 50 pontos-base e chegue ao final do ano em 4,75%.

A reunião de dois dias do Copom começa nesta terça-feira (14) e a decisão, junto ao comunicado, deve ser divulgada na quarta, a partir das 18h30.

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