Decisões futuras de juros pelo BC estão em aberto diante de cenário incerto, diz diretor Picchetti

Publicado 24.04.2025, 16:30
Atualizado 24.04.2025, 16:30
© Reuters. Sede do Banco Central, em Brasílian14/02/2023nREUTERS/Adriano Machado

BRASÍLIA (Reuters) - O diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, disse nesta quinta-feira que a autarquia deixou em aberto sua decisão sobre a taxa Selic em maio e não tem condições de apontar o que fará no futuro diante de um cenário incerto.

Em painel do evento Itaú (BVMF:ITUB4) LatAm Day, em Washington, Picchetti apontou dados econômicos que ainda não mostram tendências claras, o que dificulta as análises do BC, citando como exemplo dúvidas sobre taxas de inadimplência e sobre a evolução da atividade, embora dados mostrem alguma desaceleração.

"Deixamos em aberto a decisão para maio e não temos muito mais a dizer sobre a decisão futura neste tipo de cenário", afirmou.

"E isso não é por nenhuma estratégia de comunicação, mas pelo simples fato de que mostrei claramente que há elementos muito importantes que impactarão nossa decisão sobre os quais ainda precisamos ter uma imagem clara".

Em sua última decisão de política monetária, em março, o BC seguiu o ciclo de aperto ao elevar a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 14,25% ao ano, prevendo um novo ajuste de menor magnitude em maio.

O diretor disse não ter dúvidas de que os juros básicos estão em nível muito restritivo, mas ponderou que o BC ainda não sabe se o patamar é restritivo o suficiente para levar a inflação à meta. Ele também reforçou que as incertezas não permitem que a autarquia chegue agora ao fim do ciclo de aperto monetário.

Na apresentação, Picchetti afirmou que a inflação corrente no Brasil está alta, disseminada e muito acima da meta, com o aumento dos preços no setor de serviços ainda elevado apesar de ter mostrado sinais de inflexão.

O diretor destacou em sua fala que o BC ainda não incorporou em suas projeções o efeito do novo sistema lançado pelo governo para estimular empréstimos consignados por trabalhadores privados.

Ele disse que o tema do consignado precisa ser monitorado, já que seu impacto sobre a economia é incerto, acrescentando que grandes bancos ainda não incorporaram a nova modalidade em suas plataformas e que quando isso ocorrer poderá haver uma alta na demanda por esse tipo de crédito.

"Acompanharemos isso de perto e, assim que tivermos uma ideia mais clara do impacto, incorporaremos aos nossos modelos", afirmou, antes de citar que o cenário com atividade econômica impulsionada especialmente por fatores domésticos é motivo de preocupação.

(Por Bernardo Caram, reportagem adicional de Victor Borges)

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