Dólar encerra semana de ’tarifaço’ ao Brasil com valorização de 2,26%

Publicado 11.07.2025, 15:20
Atualizado 11.07.2025, 18:40
Dólar encerra semana de ’tarifaço’ ao Brasil com valorização de 2,26%

Após se aproximar de R$ 5,60 pela manhã, o dólar à vista perdeu força ao longo da tarde e encerrou a sessão desta sexta-feira, 11, cotado a R$ 5,5475 (+0,04%). Na semana, a moeda americana acumulou ganhos de 2,26% em relação ao real.

Operadores não notaram um gatilho específico para a recuperação da divisa brasileira, mas ressaltam que sinais de que a implementação de tarifas de 50% pelos Estados Unidos ao Brasil a partir de 1.º de agosto pode não se concretizar abriram espaço para ajustes e realização de lucros.

Um primeiro sinal de alívio veio no fim da manhã, quando o presidente americano, Donald Trump, afirmou a repórteres em frente à Casa Branca que "em algum momento" pode falar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora tenha ressaltado que "não agora". Trump voltou a defender Jair Bolsonaro, ao afirmar que é "muito injusta" a maneira como o ex-presidente é tratado.

Embora Lula tenha reiterado hoje que haverá retaliação caso as tarifas de 50% sejam realmente impostas, a leitura é a de que a estratégia do governo é abrir canais de diálogo e buscar um entendimento. Fontes ouvidas pelo Broadcast Político informaram que o presidente descartou a possibilidade, ao menos nos próximos dias, de fazer uso de cadeia nacional de rádio e televisão para tratar do tarifaço.

O chefe da mesa de câmbio da EQI Investimentos, Alexandre Viotto, ressalta que é difícil saber quais serão os pontos de negociação entre Brasil e EUA, dado que Trump justificou as tarifas por questões políticas, mas lembra que o presidente americano tem histórico de adotar postura mais dura em um primeiro momento para abrir negociações numa posição mais favorável.

"Ninguém sabe se as medidas vão se concretizar. As ameaças de Trump perderam muita credibilidade porque ele dá um prazo para negociar e costuma recuar da ameaça inicial", afirma Viotto, que vê possibilidade de o real voltar a se apreciar caso o nível final das tarifas fique bem abaixo de 50%. "Podemos ver um dólar descer até R$ 5,30 se as negociações forem boas. Mas se a tarifa de 50% for realmente adotada, a tendência é a taxa de câmbio voltar a se aproximar de R$ 6,00".

No exterior, o Dollar Index (DXY) - termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes - operou em alta ao longo do dia e subia cerca de 0,20% no fim da tarde, na casa dos 97,800 pontos, após máxima aos 97,964 pontos. A moeda também subiu em relação aos principais pares emergentes do real, com ganhos de mais de 1% frente ao rand sul-africano. Na semana, o DXY avança quase 1%.

A recuperação global do dólar é atrelada à maior aversão ao risco provocada pelo envio de cartas de Trump a mais de 20 parceiros comerciais ao longo da semana, com destaque para Japão e Coreia do Sul, com promessas de tarifas de importação pesadas a partir de 1.º de agosto.

Ontem à noite, Trump anunciou tarifas de 35% para o Canadá e sinalizou que enviaria até esta sexta-feira uma carta à União Europeia (UE), o que causou apreensão nos mercados, em especial pela manhã. Há receio de que o governo americano imponha tarifa muito acima do piso de 10% ao bloco europeu.

À tarde, a Comissão Europeia, braço executivo da UE, afirmou que está pronta para fechar um acordo com os EUA sobre tarifas, mas que não há reuniões adicionais previstas entre as duas partes durante o fim de semana.

"Durante a semana, o governo americano adotou um tom mais duro em relação às tarifas, o que aumentou a volatilidade nos mercados globais. Países asiáticos como Japão, Coreia do Sul, Tailândia e Indonésia tiveram alíquotas entre 25% e 40%. Além disso, o Canadá voltou ao radar das medidas protecionistas. Nesse ambiente incerto, o dólar se fortaleceu globalmente", afirma, em relatório, a Armor Capital, ressaltando que o real teve um desempenho na semana inferior ao de seus pares.

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