Investing.com – A dominância fiscal estaria levando a incertezas sobre a taxa de juros básica da economia brasileira (Selic), de acordo com o banco Wells Fargo (NYSE:WFC). Essa situação de desequilíbrio faz com que a crise fiscal domine a política econômica, impedindo, por exemplo, que a autoridade monetária suba juros para o combate inflacionário, pois, com dívida elevada, o cenário das contas públicas tende a piorar, elevando mais a inflação.
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De acordo com a economista Brendan McKenna, os formuladores de políticas do Banco Central brasileiro estariam em uma posição difícil, com taxas de juros reais elevadas, que levam à moderação do crescimento da economia. No entanto, com incertezas relacionadas ao comprometimento do governo quanto à responsabilidade fiscal, as pressões inflacionárias aumentam.
“Como resultado, um cenário de dominância fiscal está começando a se materializar, o que também está gerando pressões de desvalorização sobre a moeda brasileira, dada o estado já precário das finanças públicas”.
A economista alerta que a desvalorização da moeda brasileira pode levar a uma inflação importada. Este seria um risco que, “em combinação com uma política fiscal mais flexível, está contribuindo para uma pressão ascendente sobre as expectativas de inflação local”.
No entendimento do Wells Fargo, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve manter a Selic estável em 10,5% na decisão de hoje – e considera que os juros devem ficar neste patamar até o final do ano que vem.
“Economistas de mercado acreditam que o reinício do ciclo de flexibilização será realizado antecipadamente no próximo ano, enquanto, ao mesmo tempo, os mercados financeiros precificam que o BCB aumente as taxas no futuro próximo. Esse tipo de divergência torna o forward guidance o componente mais crítico do BCB na reunião de julho”, avalia o banco, ao esperar uma linguagem mais agressiva no comunicado.
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