Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A economia dos Estados Unidos provavelmente contraiu no ritmo mais forte desde a Segunda Guerra Mundial em 2020 uma vez que a Covid-19 devastou fornecedores de serviços como restaurantes e companhias aéreas, deixando milhões de norte-americanos sem trabalho e na pobreza.
O dado do Departamento do Comércio sobre o Produto Interno Bruto no quarto trimestre a ser divulgado nesta quinta-feira também deve mostrar que a recuperação da pandemia perdeu força no final do ano em meio ao ressurgimento das infecções por coronavírus e esgotamento do alívio de quase 3 trilhões de dólares do governo.
Na quarta-feira, o Federal Reserve deixou inalterada sua taxa básica de juros perto de zero e prometeu continuar injetando dinheiro na economia através de compras de títulos, destacando que o "ritmo da recuperação na atividade econômica e emprego se moderou nos últimos meses".
O presidente Joe Biden apresentou um plano de recuperação no valor de 1,9 trilhão de dólares, e pode usar o relatório do PIB junto a alguns parlamentares que relutaram diante do valor após o governo fornecer quase 900 bilhões de dólares em estímulo adicional no final de dezembro.
"O ano passado foi terrível para a economia", disse Sung Won Sohn, professor de finanças e economia da Loyola Marymount University em Los Angeles. "Essa foi a primeira recessão do setor de serviços na memória recente, onde muitos empregos foram perdidos."
Economistas projetam que a economia contraiu 3,6% em 2020, pior desempenho desde 1946. Esse resultado segue-se a um crescimento de 2,2% em 2019 e seria o primeiro declínio anual do PIB desde a Grande Recessão de 2007-09.
No quarto trimestre, a estimativa é de que a o PIB tenha expandido a uma taxa anualizada de 4%, segundo pesquisa da Reuters junto a economistas. O vírus e a falta de outro pacote de gastos reduziram os gastos dos consumidores, e ofuscaram parcialmente o desempenho forte da indústria e do mercado imobiliário.