FRANKFURT (Reuters) - As empresas da zona do euro esperam sair mais eficientes da pandemia de coronavírus graças ao maior uso de tecnologias digitais e trabalho remoto, mostrou uma pesquisa do Banco Central Europeu nesta segunda-feira.
O surto de Covid-19 causou a maior contração econômica em séculos, mas pode acabar dando alguma esperança para as empresas a longo prazo, forçando-as a modernizar suas operações e a se tornar mais adaptáveis.
O BCE perguntou a 72 empresas dos setores industrial e de serviços sobre o impacto a longo prazo da pandemia na forma como operam e no ambiente à sua volta.
O banco descobriu que as empresas esperam que o home office, as reuniões virtuais e uma maior digitalização continuem fazendo parte de sua vida diária, mesmo após a pandemia, junto com a demanda reduzida.
"Em grande medida, isso parece refletir uma visão de que algumas mudanças nos hábitos de vida e de trabalho provocadas pela pandemia, especialmente o aumento da conduta de negócios e consumo online e uma consequente redução nas viagens, serão incorporadas", escreveu o BCE em um artigo que acompanha os resultados da pesquisa.
Essas mudanças devem ajudar a aumentar a produtividade e reduzir o número de funcionários.
"Isso parece refletir como as empresas aprenderam a manter a produção, apesar das restrições devido ao distanciamento social e à identificação de ganhos de eficiência relacionados", disse o BCE.
Mais de três quartos dos entrevistados na pesquisa do BCE disseram que suas empresas seriam mais eficientes e resilientes após a pandemia.
Por outro lado, algumas ideias que surgiram na parte inicial do surto, como expectativas de que as empresas internalizarão ou localizarão parte de sua cadeia de suprimentos, caíram em desuso.