Exportações da China superam previsão mas nova disputa comercial com EUA reacende riscos

Publicado 13.10.2025, 06:53
Atualizado 13.10.2025, 06:56
© Reuters.

Por Joe Cash e Ellen Zhang

PEQUIM (Reuters) - O crescimento das exportações da China acelerou em setembro, mas as novas ameaças comerciais de Pequim e Washington reacenderam as preocupações com empregos e mais deflação em uma economia que depende fortemente da venda de seus produtos manufaturados no exterior.

A segunda maior economia do mundo diversificou bastante seus mercados de exportação este ano para se proteger dos aumentos de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ajudando a manter o crescimento do PIB no rumo de uma meta de aproximadamente 5% para o ano.

No entanto, essa estratégia poderá ser posta em xeque se Trump levar a cabo sua ameaça de reimpor tarifas de três dígitos sobre a China em retaliação ao fato de Pequim ter anunciado controles de exportação de terras raras na semana passada.

"Embora a economia da China tenha se mostrado mais resiliente diante das tarifas dos EUA do que muitos temiam, ainda há um potencial significativo de desvantagem em relação a um rompimento mais profundo com os EUA", disse Julian Evans-Pritchard, analista da Capital Economics.

As exportações da China aumentaram 8,3% ao ano no mês passado, segundo dados alfandegários divulgados nesta segunda-feira, superando a alta de 6% prevista em pesquisa da Reuters e registrando o crescimento mais rápido desde março. Em agosto, houve avanço de 4,4%.

Embora o crescimento mais rápido das exportações seja uma boa notícia para uma economia ainda frágil, a última ameaça de Trump de aumentar as tarifas dos EUA acima de 100% causaria um choque deflacionário na China e colocaria em risco os exportadores menores e os empregos dos operários.

O movimento da China em relação a terras raras e ímãs, em que sua posição de quase monopólio lhe dá grande vantagem na guerra comercial, também poderia paralisar as cadeias globais de oferta em setores que vão de automóveis a energia verde e aeronaves.

Esses riscos globais fazem com que a maioria dos analistas preveja que Pequim e Washington trabalharão para diminuir a escalada nas próximas semanas e, potencialmente, preservar algumas chances de que Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, ainda possam se reunir em uma cúpula da Apec na Coreia do Sul no final do mês, como esperado anteriormente.

As exportações para os EUA caíram 27% em relação ao ano anterior, segundo os dados, enquanto as remessas destinadas à União Europeia, ao Sudeste Asiático e à África cresceram 14%, 15,6% e 56,4%, respectivamente.

"As empresas chinesas estão entrando ativamente em novos mercados com a vantagem relativa de custo de seus produtos, isso é certo", disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit em Pequim.

"Os Estados Unidos representam atualmente menos de 10% das exportações diretas da China", acrescentou. "Sem dúvida, tarifas de 100% aumentariam a pressão que o setor de exportação da China está sofrendo, mas não acho que o impacto será tão grande quanto antes."

Já as importações da China cresceram 7,4% em setembro, seu ritmo mais rápido desde abril de 2024, contra um ganho de 1,3% no mês anterior e uma previsão de aumento de 1,5%.

O superávit comercial da China caiu para US$90,45 bilhões em setembro, de US$102,33 bilhões no mês anterior, abaixo da previsão de US$98,96 bilhões.

(Reportagem de Joe Cash, Ellen Zhang em Pequim e Marius Zaharia em Hong Kong)

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