SÃO FRANCISCO/WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve, que vem enfrentando novas exigências do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para cortar a taxa de juros, deve manter os custos dos empréstimos em sua reunião de política monetária nesta semana, mas possivelmente vai abrir caminho para um corte nos juros ainda este ano.
Novas projeções econômicas que acompanharão o comunicado de política monetária do banco central dos EUA na quarta-feira fornecerão uma visão mais direta sobre até que ponto as autoridades foram influenciadas pela guerra comercial entre EUA e China, a insistência de Trump por juros mais baixos e dados econômicos recentes mais fracos.
Analistas esperam que o gráfico "dot plot" de estimativas para o fim do ano para a taxa básica de juros mostre que um crescente número de autoridades estão abertas à realização de cortes nos próximos meses, embora não de forma tão agressiva quanto os investidores esperam ou Trump deseja.
A expectativa é que o Fed remova a promessa de ser "paciente" em tomar ações futuras sobre os juros, abrindo as portas para um possível corte de em suas próximas reuniões de política monetária.
Os riscos podem estar aumentando, mas "não acho que eles queiram se fechar para as possibilidades", disse Carl Tannenbaum, economista-chefe da Northern Trust. "Os mercados estão preparados para um corte de juros em julho e, se não conseguirem, as condições financeiras vão se apertar."
A taxa básica de juros está atualmente definida em uma faixa de 2,25% a 2,50%.
O comitê de definição de política monetária do Fed vai divulgar seu comunicado e projeções econômicas às 15h (horário de Brasília) da quarta-feira, ao final de dois dias de reuniões. O chairman do Fed, Jerome Powell, dará coletiva à imprensa pouco depois.
(Por Ann Saphir e Howard Schneider)