Por Howard Schneider e Ann Saphir
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) repetiu nesta quarta-feira sua promessa de manter a meta de taxa de juros perto de zero nos próximos anos, após projetar um rápido salto no crescimento econômico dos EUA e na inflação neste ano, com o término da crise causada pela Covid-19.
O banco central dos EUA agora vê a economia crescendo 6,5% neste ano, o que seria o maior salto anual do Produto Interno Bruto (PIB) desde 1984, e a taxa de desemprego em queda para 4,5% no fim do ano. Isso se compara às projeções de dezembro de crescimento de 4,2% do PIB e 5% de desemprego.
Espera-se agora que o ritmo de aumento de preços exceda a meta de 2% do Fed para o ano, atingindo 2,4% no fim do ano, antes de a inflação desacelerar em 2022.
"Indicadores de atividade econômica e emprego melhoraram", disse o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do banco central, em comunicado que manteve a taxa de juros de referência de um dia em uma meta de zero a 0,25%.
A melhora nas perspectivas econômicas do Fed não alterou imediatamente as expectativas dos formuladores de política monetária para as taxas de juros, embora a distribuição das estimativas tenha mudado. Sete dos 18 membros agora esperam aumento das taxas em 2023, em comparação com cinco em dezembro.
Quatro deles agora sentem que as taxas podem precisar ser elevadas já no próximo ano, uma mudança ante zero nas últimas projeções em dezembro.
O chair do Fed, Jerome Powell, disse que os piores resultados econômicos que poderiam ter surgido com a pandemia foram evitados graças ao apoio agressivo do governo federal e do banco central.
Mas ele enfatizou que as perspectivas mais otimistas não significam que o Fed removerá agora seu apoio à economia, com o país ainda com 9,5 milhões de empregos aquém de antes do surgimento da Covid-19 e a inflação abaixo da meta do Fed.
"A maior parte do comitê não está estimando aumento nas taxas durante este período de previsão", disse Powell durante entrevista coletiva sobre a reunião de política monetária, referindo-se ao período de 2021-2023.