Câmara aprova retirada de pauta da MP da taxação e impõe derrota ao governo Lula
Por Howard Schneider
WASHINGTON (Reuters) - As autoridades do Federal Reserve concordaram, em sua recente reunião de política monetária, que os riscos para o mercado de trabalho dos Estados Unidos haviam aumentado o suficiente para justificar um corte na taxa de juros, mas muitos continuaram cautelosos em relação à inflação alta em meio a um debate sobre o quanto os custos atuais dos empréstimos estavam pesando sobre a economia, conforme mostrou a ata da reunião de 16 e 17 de setembro nesta quarta-feira.
"A maioria dos participantes observou que era apropriado mudar a taxa básica em direção a uma configuração mais neutra, porque eles julgaram que os riscos de baixa para o emprego haviam aumentado", disse a ata, que capturou a discussão emergente entre autoridades do Fed mais preocupadas com a proteção do mercado de trabalho e relativamente despreocupadas agora com a inflação, incluindo o novo diretor Stephen Miran, e aqueles que veem sinais de que a inflação permanece persistentemente acima da meta de 2% do banco central dos EUA.
No entanto, ao mesmo tempo, "a maioria dos participantes enfatizou os riscos de alta em suas perspectivas para a inflação, apontando para leituras de inflação que se afastam ainda mais de 2%, incerteza contínua sobre os efeitos das tarifas" e outros fatores, segundo a ata.
O resultado foi que, embora "a maioria tenha julgado que provavelmente seria apropriado afrouxar ainda mais a política monetária durante o restante deste ano", o cronograma e o ritmo de novos movimentos permaneceram em aberto em um Comitê Federal de Mercado Aberto dividido.
"Alguns participantes destacaram que, de acordo com várias medidas (...) a política monetária pode não ser particularmente restritiva, o que eles julgaram justificar uma abordagem cautelosa" em relação a novos cortes, segundo a ata.
"Alguns participantes" disseram que havia "mérito" em manter a taxa de juros inalterada, enquanto que, no outro extremo do espectro, "um" deles defendeu um corte maior de 0,50 ponto percentual.
Miran, que está de licença de seu trabalho como assessor econômico da Casa Branca, divergiu a favor de um corte maior de 0,50 ponto percentual, com mais a seguir nas próximas reuniões.
DIVISÃO QUASE UNIFORME ENTRE AUTORIDADES DO FED
O Fed reduziu sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual em setembro, para a faixa de 4,00% a 4,25%. Novas projeções mostraram que a mediana das autoridades esperava mais dois cortes desse tipo este ano.
As projeções, entretanto, mostraram uma divisão quase uniforme entre os 19 participantes da reunião, com nove deles prevendo dois cortes e Miran prevendo muitos mais, e os nove restantes prevendo apenas um ou nenhum corte.
Investidores definiram suas expectativas para duas reduções, mas a ata mostrou um debate texturizado sobre os riscos enfrentados pela economia dos EUA e sobre o grau de restrição que a política monetária atual está realmente exercendo sobre investimentos e gastos.
Falando a repórteres após o final da reunião do mês passado, o chair do Fed, Jerome Powell, disse que a política monetária permaneceu em um "nível claramente restritivo", embora não tenha se comprometido com novas reduções.
A próxima reunião de política monetária do Fed está programada para 28 e 29 de outubro, com outro corte de 0,25 ponto percentual precificado pelos mercados financeiros. A análise e os comentários desde a reunião do mês passado, entretanto, foram complicados pela paralisação do governo federal, que atrasou a divulgação do relatório de empregos de setembro e pode adiar a publicação da próxima rodada de dados de preços ao consumidor, prevista para a próxima semana.