Redação Central, 23 set (EFE).- As bolsas europeias fecharam em alta nesta sexta-feira, motivadas pelos rumores de uma possível intervenção do Banco Central Europeu (BCE) de cortar as taxas de juros na zona do euro.
Os maiores beneficiados deste otimismo foram os bancos, que impulsionaram as bolsas europeias ao terreno positivo após as elevadas perdas que sofreram pelo temor de uma segunda recessão mundial.
A bolsa de Madri subiu 2,12%, a de Milão 1,36%, e a de Paris 1,02%. Já a Bolsa de Frankfurt subiu 0,63% e a de Londres 0,50%.
Dentro do principal índice da bolsa espanhola, o IBEX-35, as ações dos bancos BBVA e Santander lideraram os lucros, ao registrar altas de 5,31% e 4,64%, respectivamente.
Na Bolsa de Frankfurt também se destacou a alta do Deutsche Bank, de mais de 5%. Na de Londres o destaque foi para a alta do Barclays, de mais de 3%, do HSBC e Lloyd's, com uma valorização de mais de 2%.
Na Bolsa de Paris, BNP Paribas subiu quase 10%, e Societé Générale, mais de 8%.
As bolsas europeias, que fecharam o pregão de quinta-feira com uma queda de mais de 4%, começaram o dia em alta encorajadas em parte pela declaração do G20, que ressaltou a necessidade de dar uma resposta "forte e coordenada" aos problemas da economia mundial e às turbulências dos mercados.
O G20 numerou como desafios os "riscos derivados das tensões nos mercados de dívida soberana, a fragilidade do sistema financeiro, a turbulência nos mercados, o débil crescimento econômico e um inaceitável nível de desemprego".
Apesar da promessa de atuar de forma coordenada, o ceticismo que reina nos mercados, unido à grande inconstância, fez com que as bolsas europeias reduzissem aos poucos os lucros iniciais do pregão.
Na metade do pregão a tendência era de baixa, em parte pelas dúvidas sobre a solvência dos bancos. Entretanto, pouco antes do fechamento, os rumores de um discurso do BCE geraram uma alta nas bolsas, impulsionadas principalmente pelo setor financeiro.
Os rumores são consequência das declarações feitas nesta sexta-feira por um membro do Conselho do BCE que disse que a instituição monetária está pronta para atuar se os dados macroeconômicos da zona do euro piorarem em outubro.
Neste sentido, o responsável pelo setor de dívida pública da Corporação Ahorro, Javier Ferrer, disse que a compra de bônus bancários "seria muito positiva, já que reativaria o financiamento a essas entidades".
Outro especialista no setor, que não quis ser citado, insistiu que essa possível ação do BCE permitiria financiar o setor bancário a um prazo mais longo do que o realizado até agora (os leilões de liquidez do banco europeu são a três meses).
O analista da Atlas Capital, Álvaro Blasco, explicou que para aliviar a situação dos mercados é necessária a confirmação da redução de taxas de juros na zona do euro, a ampliação do Fundo de Resgate e esclarecimentos sobre o aumento da recapitalização dos bancos europeus. EFE