SÃO PAULO (Reuters) - O Citi e o Goldman Sachs elevaram suas projeções para o ritmo de elevação da taxa Selic, juntando-se a uma série de grandes bancos que espera agora que o Banco Central suba os juros básicos em 150 pontos-base em sua reunião desta semana.
A revisão dos bancos privados vem na esteira de dados que mostraram nesta terça-feira que o IPCA-15, considerado prévia da inflação oficial ao consumidor brasileiro, registrou em outubro sua maior alta para o mês em 26 anos.
Os números, que vieram bem acima do esperado, somados à recente deterioração das perspectivas fiscais e inflacionárias do Brasil, levaram os credores a projetarem alta da Selic a 7,75% ao ano, de um patamar atual de 6,25%, no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) que começa nesta terça-feira e se encerra na quarta.
O Citi espera ainda que o BC anuncie uma outra alta de 150 pontos-base na reunião de política monetária de dezembro, com a taxa Selic devendo chegar aos 11% ao ano ao fim do atual ciclo de aperto, no ano que vem. "As pressões inflacionárias continuam abundantes, tornando-se mais disseminadas e persistentes do que o pensado anteriormente", alertou o banco.
Para o Goldman Sachs (NYSE:GS), a chance de uma alta menos agressiva dos juros na reunião desta semana, de 125 pontos-base, é de apenas 25%, segundo relatório assinado pelo diretor de pesquisa econômica do banco para a América Latina, Alberto Ramos.
O credor não divulgou novas projeções para as reuniões de política monetária do Banco Central além da de outubro, mas alertou que, "num cenário de intensas pressões inflacionárias e piora do balanço de riscos, a chance de o Banco Central conseguir direcionar a inflação para a meta de 3,5% em 2022 é baixa".
Há menos de uma semana, o Goldman projetava elevação de 125 pontos-base como o cenário mais provável para a reunião do Copom.
Outras instituições financeiras importantes, como Bank of America, JPMorgan e UBS, já apostavam em aumento de 150 pontos-base da Selic nesta semana, e uma taxa de dois dígitos ao fim do ciclo de aperto já parece consenso entre elas.
(Por Luana Maria Benedito)