Investing.com - Após a apresentação do relatório trimestral de inflação do Banco Central, que apresenta as diretrizes das políticas adotadas pelo Comitê de Política Monetária (Copom), o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) avaliou que a trajetória da inflação acima da meta até o final de 2025 e a probabilidade crescente de que a inflação exceda os limites superiores das bandas da meta de inflação em 2023 e em 2024 sugerem que há espaço limitado para cortes de juros de curto prazo, a menos que ocorra uma “melhora significativa nas expectativas de inflação, valorização do real, perspectiva de preços de commodities e/ou ampliação do hiato do produto além do previsto na trajetória de referência”. Para o GS, o cenário mais provável é a manutenção da taxa básica de juros no patamar atual por mais tempo.
Conforme o relatório, o documento não trouxe grandes novidades em relação à ata de terça-feira, 28. A projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) real de 2023 foi elevada para 1,2%, de 1,0% no documento do 4T22, diante de uma expectativa mais otimista para o consumo das famílias, com um cenário de referência de inflação acima da meta de 3,25%. O documento indica ainda que a taxa de juros real ex-ante deve seguir em território contracionista, acima do neutro, até o final de 2025.
“A trajetória projetada para a inflação de bens e serviços cujos preços são livremente determinados pelas forças de mercado (não reguladas) aumentou consideravelmente em 2024-25”, alerta Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs.
De acordo com o Goldman, os preços do petróleo em baixa e elevação da Selic foram compensados pela alta das expectativas de inflação e pela trajetória “um pouco mais apertada do hiato do produto”.
O tom do documento indica que o BC segue vigilante e conservador, diante da deterioração das expectativas inflacionárias e risco de políticas expansionistas, como crédito subsidiado por bancos públicos.