Governo central tem superávit primário de R$1,1 bi em março com alta na arrecadação e gasto menor

Publicado 29.04.2025, 14:34
Atualizado 29.04.2025, 16:45
© Reuters

BRASÍLIA (Reuters) - O governo central registrou superávit primário de R$1,096 bilhão em março, ante um saldo negativo de R$1,024 bilhão no mesmo mês de 2024, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira, apontando uma alta real na arrecadação e um recuo nas despesas.

O resultado, que compreende as contas de Tesouro, Banco Central e Previdência Social, foi ligeiramente pior do que o esperado pelo mercado, conforme pesquisa da Reuters, que apontava para um superávit de R$1,323 bilhão no mês.

O desempenho do mês foi decorrente de um aumento real de 0,8% na receita líquida -- que exclui transferências para governos regionais -- e uma queda real de 0,5% nas despesas totais em comparação com março de 2024.

A elevação nas receitas é resultado, principalmente, de um aumento real de 5,6% nas receitas administradas pela Receita Federal, que englobam a coleta de impostos de competência da União. Entre os principais ganhos estão uma alta de 26,8% na coleta de Imposto de Importação e de 5,0% do Imposto de Renda.

Já as receitas não administradas pela Receita caíram 12,5%, puxadas com quedas em dividendos e participações (-25,2%) e concessões (-21,3%), entre outros.

Do lado das despesas, a queda foi impulsionada, principalmente, por menores desembolsos com gastos discricionários de ministérios, que incluem custos administrativos e de investimentos.

O resultado do mês foi o melhor para março desde 2021, quando houve superávit de R$2,603 bilhões segundo dados corrigidos pela inflação.

TRIMESTRE

No acumulado do primeiro trimestre deste ano, o governo central registrou um superávit primário de R$54,532 bilhões. No mesmo período em 2024, foi registrado um saldo positivo de R$20,171 bilhões.

O resultado melhor no acumulado de 2025 foi impactado por um adiamento no pagamento de precatórios, que em 2024 foi feito em fevereiro, mas neste ano foi adiado para julho.

De acordo com o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, o adiamento dos desembolsos de precatórios foi uma decisão deliberada para não criar pressão inflacionária neste momento e ajudar o trabalho do Banco Central na política monetária.

"Ajuda a não criar mais pressão na atividade econômica neste momento", disse o secretário.

Ceron afirmou que os pagamentos de precatórios -- que caíram de R$31,8 bilhões no primeiro trimestre do ano passado para R$872 milhões nos primeiros três meses de 2025 -- devem ser normalizados em julho.

Segundo ele, o pagamento total das sentenças judiciais será de aproximadamente R$70 bilhões, sendo que R$44 bilhões ficarão fora da meta fiscal, após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

A meta de resultado primário para 2025 é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto percentual do Produto Interno Bruto, o que corresponde a cerca de R$29 bilhões.

(Por Bernardo Caram)

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