Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - Os preços do minério de ferro caíram e levaram o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) a desacelerar a alta em fevereiro a 1,50%, de 2,01% em janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta terça-feira.
Com isso, o índice passou a acumular nos 12 meses até fevereiro alta de 15,35%. O resultado do mês ficou abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 1,56%.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), que responde por 60% do indicador geral, passou a subir 1,94% em fevereiro, de alta de 2,57% no primeiro mês do ano.
André Braz, coordenador dos índices de preços, disse em nota que "o preço do minério de ferro (de 11,33% para -0,10%) cedeu e permitiu a desaceleração da taxa do IPA".
No entanto, "os efeitos da recente escalada do preço do petróleo ainda não se materializaram entre os combustíveis, cujos preços são controlados, ou mesmo sobre a indústria química", acrescentou ele. "Ao longo do mês de março, os preços de vários derivados do petróleo devem apresentar aumentos impondo maior dificuldade a desaceleração do IGP."
Em meio a temores de restrição de oferta decorrentes da invasão da Ucrânia pela Rússia, os preços do petróleo Brent chegaram a superar os 139 dólares por barril na segunda-feira. Nesta terça-feira, a commodity era negociada em torno dos 126 dólares por barril.
Enquanto isso, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) --que responde por 30% do IGP-DI-- mostrou menor pressão, uma vez que o avanço desacelerou a 0,28% no período, de 0,49% em janeiro.
A principal colaboração para esse arrefecimento partiu do grupo Educação, Leitura e Recreação, que caiu 0,51% no mês passado, após subir 1,64% em janeiro.
Já o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 0,38% em fevereiro, de 0,71% no mês anterior.
O IGP-DI calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre o 1º e o último dia do mês de referência.
(Edição de Camila Moreira)