Embraer dispara +20% em dois dias; não foi surpresa para esses modelos financeiros
Investing.com – O índice de preços ao produtor (IPP) nos EUA avançou abaixo do esperado em fevereiro na comparação anual e permaneceu inalterado na variação mensal, contrariando previsões do mercado. Os dados podem influenciar a avaliação do Federal Reserve sobre a inflação, especialmente em meio às incertezas em torno da política comercial do presidente Donald Trump.
O IPP para a demanda final subiu 3,2% nos 12 meses até fevereiro, desacelerando em relação à taxa revisada para cima de 3,7% em janeiro. No comparativo mensal, o indicador ficou estável (0,0%), após um avanço de 0,6% no mês anterior. Economistas projetavam altas de 3,3% e 0,3%, respectivamente.
Segundo Thomas Ryan, economista da Capital Economics, a estabilidade do IPP mensal reflete uma queda nos preços de serviços para demanda final, que compensou o aumento nos custos de bens, impulsionado pela disparada dos preços dos ovos.
O dado foi divulgado após um relatório separado indicar que a inflação ao consumidor subiu menos do que o previsto em fevereiro, o que pode ser um fator positivo para Trump, que segue com seus planos de reformulação comercial. Além disso, cresceram as expectativas de que o Fed cortará juros ainda este ano, com o mercado financeiro apostando que o primeiro corte pode ocorrer em junho, após a decisão do banco central de interromper o ciclo de cortes em janeiro. Para a reunião da próxima semana, espera-se que a taxa de juros permaneça entre 4,25% e 4,50%.
Apesar disso, analistas alertam que os impactos das tarifas comerciais de Trump podem gerar pressões inflacionárias nos próximos meses, colocando em risco o crescimento econômico. Ryan destacou que alguns componentes do IPP de fevereiro, relevantes para o índice de gastos com consumo pessoal (PCE) – métrica acompanhada de perto pelo Fed – vieram um pouco acima do esperado, excluindo alimentos e energia.
Já no mercado de trabalho, o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego recuou para 220 mil na semana encerrada em 8 de março, abaixo dos 222 mil da semana anterior e contrariando a projeção de alta para 226 mil. O dado reforça sinais de resiliência do mercado de trabalho americano, que já havia registrado aceleração na criação de empregos em fevereiro.
O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que a economia dos EUA segue "em boa posição", destacando a queda gradual da inflação e o crescimento da demanda por trabalho. Desde setembro, o país tem criado, em média, 191 mil empregos por mês, apontou Powell.