Investing.com – A inflação cheia medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,4% em fevereiro, igual ao valor esperado e abaixo dos 0,5% dos dados revisados do mês anterior.
Com isso, a inflação na base anual ficou em 6%, igual à projeção e abaixo dos 6,4%% anteriores, segundo informações divulgadas nesta terça-feira, 14.
Já o núcleo da inflação dos Estados Unidos subiu 0,5% em fevereiro, acima dos 0,4% esperados pelos mercados e dos 0,4% revisados do mês anterior. Na variação anual, o núcleo do IPC atingiu 5,5%, igual ao projetado e abaixo dos 5,6% anteriores. O núcleo do IPC exclui preços voláteis, como commodities e alimentos.
Após a publicação dos dados, às 9h40 (de Brasília), o Nasdaq 100 Futuros subia 0,51%, o S&P 500 Futuros subia 0,64% e o Dow Jones Futuros 0,59%.
O dólar no Brasil passou a cair 0,06%, cotado a R$ 5,2425. O Ibovespa Futuros recuava 0,24% a 103.886 pontos.
Na visão do economista-chefe da Suno Research, Gustavo Sung, o cenário inflacionário segue preocupante, devido à falta de sinais claros de convergência para a meta de longa prazo.
“Quando olhamos alguns grupos como os preços de energia e alimentos, vemos uma desaceleração nos últimos 12 meses. Mas, os preços de moradia e aluguéis, além de serviços, voltaram a subir. Este último tem gerado preocupação na autoridade monetária”.
Já o ING acredita que um núcleo de inflação quente aumenta as chances de aumento de juros por parte da autoridade monetária americana, o Federal Reserve, mas a depender da situação do mercado. “Os riscos para a estabilidade financeira sempre superam as preocupações com a inflação no curto prazo”, pondera.
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O processo de desinflação americana continua mais lento do que o Fed esperava, avalia Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank. Mesmo com a inflação elevada, as incertezas com o sistema financeiro e intervenções de órgãos reguladores devem evitar movimentos bruscos na política monetária.
“Acreditamos que o Fed deve optar por uma alta de 25 pontos base nas fed funds ou pela estabilidade na reunião da próxima semana. Na nossa visão, não faria mais sentido acelerar o ritmo de alta para 50 pontos-base, como o próprio presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizava na semana passada, pois o contexto agora é de elevada incerteza”, completa Rodrigues.
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