👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

Alta do IPCA desacelera em janeiro mas alimentos e serviços acendem alerta

Publicado 08.02.2024, 09:02
Atualizado 08.02.2024, 10:30
© Reuters. Feira no Rio de Janeiro
09/09/2021. REUTERS/Ricardo Moraes

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO (Reuters) - A inflação no Brasil desacelerou em janeiro, mas inicia 2024 levantando sinais de alerta para o peso dos preços dos alimentos, que registraram a maior alta para o primeiro mês do ano em oito anos, e também de serviços.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,42% em janeiro, contra 0,56% em dezembro, mostraram dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com isso o índice passa a acumular em 12 meses avanço de 4,51%, abaixo da taxa de 4,62% com que encerrou 2023, quando voltou a ficar dentro do limite da faixa determinada como meta para o ano passado.

Para este ano, o centro da meta para a inflação, medida pelo IPCA, é de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Os resultados ainda ficaram acima das expectativas em pesquisa da Reuters, de altas de 0,34% no mês e de 4,42% em 12 meses.

Depois de se acomodar em patamares mais baixos em 2023, o IPCA iniciou o ano sob pressão dos preços de Alimentação e Bebidas, que tem forte peso no orçamento das famílias, com atenção também à inflação de serviços.

"Além da surpresa altista, do ponto de vista qualitativo a leitura não foi favorável. A piora dos núcleos, quase que generalizada, chama atenção. Diante disso, há um sinal de alerta para a política monetária, que conversa bem com o balanço de riscos que o Banco Central descreveu na ata", avaliou Igor Cadilhac, economista do PicPay.

A alta dos preços de alimentos e bebidas acelerou a 1,38% no primeiro mês do ano, de 1,11% em dezembro, marcando a maior alta para um mês de janeiro desde 2016 (2,28%).

"É uma época de chuvas e secas, muitas variações climáticas. Esse ano tem o fenômeno El Niño muito presente no clima e janeiro foi um mês marcado por questões climáticas”, disse o gerente da pesquisa, André Almeida.

A alimentação no domicílio ficou 1,81% mais cara em janeiro, influenciada sobretudo pelo avanço nos preços da cenoura (43,85%), da batata-inglesa (29,45%), do feijão-carioca (9,70%), do arroz (6,39%) e das frutas (5,07%).

Por outro lado, o grupo Transportes registrou deflação de 0,65% no período, após alta de 0,48% em dezembro, graças à queda de 15,22% das passagens aéreas após altas nos últimos quatros meses de 2023 --em 12 meses, esse item acumula alta de 25,48%.

Também houve queda de 0,39% nos preços dos combustíveis, com recuos do etanol (-1,55%), do óleo diesel (-1,00%) e da gasolina (-0,31%).

SERVIÇOS

O resultado das passagens aéreas ajudou a inflação de serviços a registrar avanço de apenas 0,02% em janeiro, desacelerando com força ante alta de 0,60% em dezembro e marcando alta de 5,62% em 12 meses.

Esse item, no entanto, é considerado bastante volátil e, com sua exclusão do cálculo, a inflação de serviços em janeiro seria de 0,45% e a alta do IPCA, de 0,57%, segundo cálculos do IBGE.

Nos cálculos do banco Inter, a inflação de serviços subjacentes, que elimina itens voláteis, avançou 0,76%, 0,24 ponto percentual acima do observado em dezembro. "Portanto, a inflação de serviços começa a dar sinais de reaceleração nos últimos três meses", disse o economista-sênior André Cordeiro.

"No geral, vemos manutenção de um cenário de desinflação, mas com alguns sinais de alerta, particularmente a inflação de serviços e o índice de difusão", completou, lembrando que em fevereiro a inflação deve voltar acelerar por conta dos reajustes escolares.

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, manteve-se em janeiro em 65%.

© Reuters. Feira no Rio de Janeiro
09/09/2021. REUTERS/Ricardo Moraes

O dado de serviços -- principalmente o subjacente, que elimina itens voláteis como as passagens áreas -- é acompanhado de perto pelo Banco Central para a condução da política monetária, em um ambiente de mercado de trabalho resiliente que tende a elevar os gastos dos consumidores.

Na semana passada, o BC deu seguimento a seu afrouxamento monetário com o quinto corte seguido de 0,5 ponto percentual na taxa básica Selic, levando-a a 11,25% ao ano.

O BC ainda avaliou, na ata dessa reunião, que o cenário doméstico tem evoluído como o esperado pela autoridade monetária, com um progresso desinflacionário relevante, mas frisando que o cenário ainda inspira cautela.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.