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Energia e alimentos pressionam e alta do IPCA ganha força em setembro

Publicado 09.10.2024, 09:06
Atualizado 09.10.2024, 09:55
© Reuters. Torres de transmissão de energian31/07/2024nREUTERS/Mohamed Abd El Ghany

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A inflação brasileira ganhou força em setembro diante dos primeiros efeitos da estiagem que atinge o país, sob peso dos preços de energia elétrica e alimentos, e a taxa em 12 meses acelerou ainda mais em meio à expectativa de maior aperto monetário no país.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,44% em setembro, após recuo de 0,02% em agosto, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.

Nos 12 meses até setembro, o IPCA passou a avançar 4,42%, de 4,24% no mês anterior, aproximando-se do teto da meta de inflação de 3,0% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Os resultados ficaram ligeiramente abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters de altas de 0,46% na comparação mensal e de 4,43% em 12 meses.

O Banco Central passou a ver um cenário com risco mais elevado de alta da inflação à frente, em meio a uma economia e um mercado de trabalho aquecidos, e elevou a taxa básica de juros no mês passado em 0,25 ponto percentual, a 10,75% ao ano.

Também estão no foco os efeitos da desvalorização do real, que pressiona as matérias-primas, além da bandeira vermelha nas tarifas de energia e as recentes queimadas e estiagem no país, que tendem a encarecer os preços dos alimentos.

A expectativa é de que o BC continue a apertar a política monetária, com o mercado projetando que a Selic termine este ano em 11,75%, segundo a pesquisa Focus mais recente.

Mesmo antes da divulgação dos dados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o resultado do IPCA.

"O dado de hoje do IPCA demonstra claramente que os núcleos estão bem comportados, mas que a seca está afetando dois preços importantes, que é energia e alimentos", disse ele a jornalistas.

"Isso não tem a ver com o juro ... tem a ver com o fato de que tem um choque de oferta em virtude da seca, que traz problemas para a inflação. Mas isso tem que ser analisado com a devida cautela, não tomar uma decisão equivocada em função de uma questão climática temporária", completou.

Em setembro, os custos da energia elétrica residencial subiram 5,36%, após queda de 2,77% em agosto, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, que acrescenta 4,463 reais a cada 100kwh consumidos.

Isso levou a alta dos preços do grupo Habitação a uma taxa de 1,80%, após queda de 0,51% no mês anterior.

"A mudança de bandeira tarifária de verde em agosto, onde não havia cobrança adicional nas contas de luz, para vermelha patamar 1, por causa do nível dos reservatórios, foi o principal motivo para essa alta", disse o gerente da pesquisa do IBGE, André Almeida.

A energia deverá continuar pesando nos bolsos dos consumidores uma vez que a Aneel anunciou no mês passado que a bandeira tarifária de outubro será vermelha patamar 2, o que implica a mais alta cobrança adicional na conta de luz.

Já o grupo de Alimentação e bebidas registrou avanço de 0,50%, após dois meses seguidos de recuos, com aumento de 0,56% dos preços na alimentação no domicílio. Esse resultado foi influenciado, em grande parte, pelo aumento nos preços da carne bovina e de algumas frutas, como laranja, limão e mamão.

"Falando especificamente das carnes, a forte estiagem e o clima seco foram fatores que contribuíram para a diminuição da oferta. É importante lembrar que tivemos quedas observadas ao longo de quase todo o primeiro semestre de 2024, com alto número de abates. Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática”, explicou Almeida.

© Reuters. Torres de transmissão de energia
31/07/2024
REUTERS/Mohamed Abd El Ghany

Juntos, segundo ele, os movimentos de preços de Habitação e Alimentos responderam por 0,38 ponto percentual do índice.

A inflação de serviços, ponto de preocupação com a renda em alta, subiu 0,15% em setembro, de 0,24% no mês anterior, acumulando em 12 meses alta de 4,82%. A desaceleração se deu por conta de preços menores de cinema, teatro e concertos, já que em setembro houve promoções em redes de cinema, disse Almeida.

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, permaneceu em 56% em setembro.

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