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Maioria dos respondentes de Questionário Pré-Copom vê alta da Selic a 12,25% em janeiro

Publicado 13.11.2024, 10:20
© Reuters Maioria dos respondentes de Questionário Pré-Copom vê alta da Selic a 12,25% em janeiro
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A maioria das respostas do Questionário Pré-Copom (QPC) indica que o Banco Central continuará aumentando os juros em 0,5 ponto porcentual nas duas próximas reuniões, de dezembro e janeiro. A taxa Selic atingiria 12,25% no início do ano que vem, em linha com as medianas do Sistema Expectativas de Mercado, que embasa o Focus.

Dos 123 analistas que responderam ao levantamento, 109 (89%) apostavam que o BC aumentaria os juros em 0,5 ponto em dezembro. Em janeiro, 65 (53%) esperavam alta da mesma magnitude. Outros 50 (41%) antecipavam uma elevação menor, de 0,25 ponto. As perguntas foram respondidas antes do Copom da quarta-feira, 6.

Sobre a reunião mais recente, 114 analistas (93%) esperavam alta de 0,5 ponto porcentual dos juros. Só nove (7%) anteviam elevação menor, de 0,25 ponto. O Copom aumentou a Selic de 10,75% para 11,25%, em 0,5 ponto porcentual.

Inflação

A mediana das respostas indica que o IPCA deve atingir 4,60% no fechamento de 2024, acima do teto da meta, de 4,50%. O cenário considera dólar em R$ 5,50, Selic de 11,75% e o petróleo Brent cotado em US$ 75 por barril.

Também considerando as estimativas intermediárias do QPC, o mercado espera que a média dos núcleos fique em 4,10% este ano. Os preços administrados devem fechar com alta de 5,0% e os livres, em 4,40%. A projeção para a inflação de serviços é de 4,40%. Os serviços subjacentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, devem ficar em 5,30%.

A mediana para a inflação de 2025 é de 4,04%, acima do centro da meta, de 3%. Nesse caso, os respondentes esperam que a média dos núcleos fique em 4,0%, os preços administrados em 3,70% e os livres, em 4,30%. A projeção para os serviços e os serviços subjacentes é de 4,90%. O cenário considera dólar em R$ 5,45, o Brent em US$ 75 por barril e a Selic em 11,50% no fim do ano.

A maior parte dos analistas (49%) tinha viés de alta na projeção de IPCA de 2024, enquanto 43% viam riscos equilibrados. Para 2025, 65% tinham viés de alta, e 33%, riscos equilibrados.

Atividade

A mediana do QPC indica que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve crescer 3,1% este ano. Essa estimativa é 0,2 ponto porcentual maior do que a do levantamento anterior, de 2,9%. A projeção para 2025 indica crescimento de 1,9%, em linha com os últimos questionários.

O mercado espera aumento de 4,2% no consumo das famílias, de 5,0% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e de 2,5% no consumo do governo este ano. As exportações devem crescer 4,4%, e as importações, 10,6%, considerando as estimativas intermediárias.

Pela ótica da oferta, a mediana indica crescimento de 3,3% para os serviços e de 3,3% para a indústria. A agropecuária deve fechar o ano com queda de 1,3%.

Em 2025, a mediana do QPC incorpora crescimento de 2,1% no consumo das famílias, de 1,7% na FBCF e de 1,4% no consumo do governo. As exportações devem crescer 3,4%. As importações, 3,3%. Pela ótica da oferta, os respondentes esperam alta de 1,8% para os serviços, de 1,7% para a indústria e de 3% para a agropecuária.

Mercado de trabalho

As medianas do QPC sugerem que o desemprego fechará 2024 em 6,4%. No mesmo mês do ano passado, esperava-se uma taxa de 8,2% para este ano. O desemprego médio deve ficar em 7% e a taxa de participação média, em 62,2%. Os analistas esperam crescimento médio de 4,6% na renda habitual média do ano e no rendimento efetivo médio do ano. A população ocupada deve crescer, em média, 2,7%.

Os respondentes esperam aumento do desemprego a 7% no fim de 2025. A taxa média deve permanecer em 7%, mesmo nível de 2024. Sempre considerando as médias do ano, a taxa de participação deve fechar em 62,5%, enquanto a renda habitual e a renda efetiva devem crescer 2,5% cada. A população ocupada deve subir 1,4%.

As medianas indicam criação líquida de 1,803 milhão de postos formais no Caged em 2024. Em 2025, a criação deve ser de 1,390 milhões.

Setor fiscal

Quase quatro de cada dez economistas que participaram do QPC disseram que a situação fiscal piorou entre setembro e novembro. A razão atingiu 38% - a maior desde a reunião de junho, quando essa proporção havia sido de 78%.

A maioria dos respondentes, ou 56%, ainda avaliou que não houve mudanças relevantes na situação fiscal do País. Só 6% - o equivalente a sete entre os 114 participantes - afirmaram ver uma melhora do quadro fiscal. Essa é a menor proporção desde os 2% de junho.

A mediana do último QPC indica um déficit primário de R$ 67 bilhões nas contas do governo central este ano, maior do que os R$ 29 bilhões que seriam compatíveis com a meta. O alvo do governo é de déficit zero, com tolerância de 0,25 ponto porcentual do PIB para mais ou menos.

Mesmo com as tratativas do governo para emplacar um pacote de corte de gastos, o mercado espera um déficit maior no ano que vem. O rombo nas contas primárias deve chegar a R$ 98 bilhões em 2025, segundo a mediana do QPC.

As estimativas também sugerem um aumento superior a 3 pontos porcentuais do PIB na dívida bruta, de 78,0% em 2024 a 81,6% em 2025.

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