A presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Cleveland, Beth Hammack, defendeu nesta quinta-feira, 24, que são necessários mais dados para formar as próximas decisões monetárias, em discurso durante evento institucional, promovido em parceria com o Banco Central Europeu (BCE). "Inflação desacelerou muito, mas ainda não voltou para a meta de 2% do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) e temos muito a estudar sobre o comportamento dos preços", afirmou.
A dirigente pontuou que o processo de desinflação "não tem sido linear" nos Estados Unidos e nota que os preços seguem elevados de modo geral.
Pelo lado positivo, Hammack destaca que o equilíbrio de oferta e demanda nas cadeias globais de suprimento e a estabilidade proporcionada pelas expectativas de inflação ancoradas ajudaram a baixar os preços.
Por outro lado, a autoridade alertou que tensões geopolíticas e a persistência da inflação de moradias ainda representam riscos de alta para os preços no curto prazo. "A inflação de moradias e os preços de aluguéis não devem desacelerar tão rápido, continuando elevados por algum tempo", pontuou.
Hammack avalia que é "razoável" esperar maior desinflação nos EUA, mas espera que esse processo aconteça "sem grande peso" sobre o mercado de trabalho ou sobre a economia.
A dirigente, que vota nas decisões monetárias desta ano, reconheceu que houve um "relaxamento" nas condições de emprego recentemente, contudo, vê o movimento apenas como um "arrefecimento das pressões inflacionárias".