Mercadante: Pix é inovação tecnológica, não cabe questionamento em relação comercial com EUA

Publicado 19.08.2025, 13:30
Atualizado 19.08.2025, 16:40
© Reuters Mercadante: Pix é inovação tecnológica, não cabe questionamento em relação comercial com EUA

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, afirmou nesta terça-feira, 19, que o Pix brasileiro é uma inovação tecnológica, não cabendo assim questionamentos pelos Estados Unidos nas relações comerciais com o Brasil. O meio de pagamento brasileiro foi mencionado na imposição do tarifaço implementado pelo presidente norte-americano, Donald Trump, aos produtos brasileiros exportados para seu país.

"O Pix é uma inovação tecnológica, gratuita, melhora a vida, o intercâmbio, a troca, é uma forma extremamente contemporânea de moeda eletrônica. A inovação faz parte da competição entre os países", defendeu Mercadante. "Então, é uma mudança que não pode ser questionada na relação comercial dos países. Se os cartões de crédito perdem algum mercado, faz parte da concorrência, isso é saudável, isso é eficiência. Você não pode substituir a eficiência, a busca de eficiência, a busca de produtividade, a busca de competitividade por regras de um mundo unilateral autoritário de imposições de sanções, que é um pouco o debate que nós estamos vivendo. Mas, principalmente, você não pode fazer isso com os argumentos de um processo que é do judiciário."

Mercadante participou na manhã desta terça-feira, 19, da Aula Magna "Desenvolvimento, democracia e sustentabilidade", na Cidade Universitária da Ilha do Fundão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, na zona norte da capital fluminense.

"Soberania e democracia a gente não negocia. Nós vamos manter e defender o direito do povo brasileiro de definir o que vai ser feito no Brasil. Sem soberania você não tem democracia. Eu quero me solidarizar com aqueles que estão sendo ameaçados de forma arbitrária, sofrendo algumas sanções, formas de pressão. Mas foi assim a história da luta pela democracia", manifestou Mercadante.

O presidente do banco de fomento comentou o julgamento no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF) do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus na ação penal por tentativa de golpe.

"O que é o julgamento que o Brasil terá que enfrentar e que está enfrentando? Nós tivemos uma tentativa de golpe. Eu estava na coordenação da transição (de governo). Eu vivi de dentro cada dia, cada hora o que estava acontecendo. Aquela concentração na frente dos quartéis, uma coisa difícil de acontecer se não tivesse sido permitido, mas era permanentemente uma tentativa de provocar um levante militar", declarou o presidente do banco de fomento, durante sua palestra.

O executivo mencionou ainda a tentativa de explosão de um caminhão com querosene de aviação perto do aeroporto de Brasília, a tentativa de invasão da sede da Polícia Federal, os planos de assassinato de integrantes do atual governo e os atos golpistas do 8 de janeiro, que levaram destruição às sedes dos Três Poderes. "No 8 de janeiro, era uma ação orquestrada. Destruíram o Palácio do Planalto, o Congresso e, sobretudo, o Supremo (Tribunal Federal). Por quê? Para passar a imagem de caos. Os ônibus sendo contratados para levar os militantes em Brasília, esperando a paralisação dos caminhoneiros e o levante das Forças Armadas", disse.

E acrescentou: "E aí eu quero dizer que o CNPJ das Forças Armadas não participou do golpe, ele teve um papel fundamental na estabilização da democracia. Nós precisamos reconhecer isso e valorizar essa ação. E é o CPF de alguns que está sendo julgado, é o RG específico, tem nome, tem endereço, são eles que estão sendo julgados. A instituição foi fundamental para preservar a democracia."

Mercadante defendeu ainda a regulação das big techs em prol da manutenção da democracia.

Segundo ele, não há vontade de prejudicar nem de deixar de usar as plataformas, uma vez que são importantes na sociedade contemporânea, mas sim de implementar regras de responsabilização. "Aquilo que vale no direito na sociedade tem que valer também no mundo digital, não pode ser uma terra sem lei", argumentou. "Nós queremos algumas regras civilizadas de responsabilidade em relação a valores que são fundamentais para o convívio e para a civilização."

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