IPCA: Mercado espera deflação em julho

Publicado 09.08.2022, 07:58
Atualizado 09.08.2022, 08:09
© Reuters.

Por Jessica Bahia Melo

Investing.com -Os mercados estão atentos hoje à divulgação da ata do Copom de agosto, com mais detalhes sobre a recente decisão do comitê de aumentar a taxa Selic em 50bps para 13,75% ao ano. Além disso, a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) será divulgada às 9h e a estimativa é de deflação mensal. A média das estimativas compiladas pelo Investing.com é uma queda de 0,65% em julho.

O BTG (BVMF:BPAC11) espera uma queda de 0,63% no mês. De acordo com o banco, a deflação esperada para julho é resultado de grandes cortes de impostos estaduais e federais sobre energia elétrica e combustíveis, que atingirão seu impacto máximo no lançamento desta terça-feira. Em relatório, o banco afirma que, por um lado, os bens industriais vêm perdendo força, mas, por outro lado, os serviços continuam em alta generalizada.

Rodrigo Sodre, economista e sócio da BRA, acredita na possibilidade da primeira deflação depois de meses em alta. Segundo ele, a expectativa para o índice é de queda de 0,67% para o mês de julho. O principal fator para essa queda seria o corte de ICMS sobre os combustíveis, energia e telecomunicações.

“Mesmo achando que esse impacto seja de curto prazo, já significa um alívio no bolso dos brasileiros. Isso pode levar a inflação para o ano fechado de 2022 na casa dos 8%, elevando nossos juros reais para a casa de, quase, 6% no ano. O  mais importante nesse indicador é a expectativa do mercado para os próximos anos, na qual podemos ver a inflação dentro da meta do BC já em 2023, o que pode tornar possível a volta da Selic para patamar menores”, acredita o economista, que ainda vê risco de inflação sobre os preços dos serviços.

A inflação de serviços também é preocupação do economista Sérgio Vale), da MB Associados. Segundo ele, deve haver deflação de 0,88% em julho – e a baixa nos preços deve continuar em agosto. O economista, que espera uma inflação entre 7% e 8% neste ano, pondera que ainda há muitos elementos de risco que precisam ser acompanhados, principalmente conturbações eleitorais.

Vale concorda que a queda de preços ocorre devido às baixas em combustível e energia e que inflação de serviços ainda preocupa. “Serviços continuam em aceleração, com retomada pós-pandemia muito forte e a população retomando consumo, coloca essa pressão nesse segmento. Alimentos ainda possuem pressões com problemas como leite, o risco da La Niña nas safras, cenário parecia tranquilo e começa a ficar mais difícil agora. A inflação está caindo muito por conta do combustível, ajuda na composição", destaca o economista, que ainda vê o ano com preocupação devido a risco cambial e fiscal, com as últimas medidas anunciadas pelo governo.

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