Mercado faz leve ajustes em projeções de inflação para 2025 e 2026, mostra Focus

Publicado 28.04.2025, 09:00
Atualizado 28.04.2025, 09:06
© Reuters. Vista do prédio do Banco Central em Brasílian11/06/2024 REUTERS/Adriano Machado

SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central fizeram ajustes leves em suas projeções para a inflação neste ano e no próximo, enquanto as expectativas em relação ao crescimento da economia brasileira e as previsões para a taxa de juros nos dois períodos ficaram inalteradas, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,55% ao fim deste ano, abaixo da previsão de ganho de 5,57% na pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira foi a 4,51%, de 4,50% há uma semana.

O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda a previsão de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresça 2,00% neste ano, mesma projeção da semana anterior. Em 2026, a expectativa de crescimento ficou estável em 1,70%.

Sobre a política monetária do Banco Central, houve manutenção na expectativa para a taxa básica de juros neste ano e no próximo. A mediana das projeções para a Selic ao final de 2025 é de 15,00%, no que foi a 16ª semana consecutiva com essa expectativa, enquanto para o término de 2026 a previsão é de que a taxa atinja 12,50%. No momento, a Selic se encontra em 14,25% ao ano.

O resultado vem na esteira de mais uma semana marcada pelas preocupações com a guerra comercial entre Estados Unidos e China, com leve otimismo nos mercados diante da aparente mudança de tom dos dois países, à medida que seguem reagindo ao anúncio de tarifas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

Trump anunciou a implementação de uma taxa mínima de 10% sobre todas as importações dos EUA em 2 de abril, com alguns países recebendo tarifas mais altas devido ao seu desequilíbrio comercial com a economia norte-americana.

Uma semana depois, Trump interrompeu as taxas "recíprocas" para a maioria dos países, mantendo em vigor a tarifa universal de 10%, mas as tensões com a China, por outro lado, continuaram a escalar.

Após trocas de retaliações Trump impôs taxa de 145% sobre os produtos chineses, enquanto Pequim respondeu com uma tarifa de 125%. Na semana passada, entretanto, Pequim isentou algumas das importações vindas dos EUA de sua mais recente taxa tarifária, gerando algum alívio entre investidores e analistas.

Na cena doméstica, os investidores analisaram dados do IPCA-15 na semana anterior, com a alta do índice voltando a desacelerar em abril, mas se mantendo pressionada pelos preços de alimentos e saúde, com a taxa em 12 meses ainda acima de 5% em meio ao ciclo de elevação da taxa de juros pelo BC.

O IPCA-15 subiu 0,43% em abril, após alta de 0,64% em março, ficando em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters. Em 12 meses, o avanço acumulado chegou a 5,49%, de 5,26% em março e também em linha com a expectativa.

No Focus desta segunda, houve ainda manutenção na expectativa para o preço do dólar no final de 2025 em R$5,90 e queda ligeira da projeção para 2026 a R$5,95, de R$5,96 na semana anterior.

A divisa norte-americana acumula queda ante o real de 7,9% neste ano, em movimento puxado por um processo de correção de preço, após sua disparada no fim do ano passado, e maior incerteza em relação aos planos tarifários de Trump.

 

(Por Fernando Cardoso)

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