Calendário Econômico: Fed é centro das atenções por motivos econômicos, políticos
SÃO PAULO (Reuters) - Especialistas consultados pelo Banco Central reduziram pela 10ª semana seguida a perspectiva para a inflação neste ano, revisando ainda para baixo a projeção de superávit da balança comercial.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA este ano caiu em 0,02 ponto percentual, indo a 5,07%.
Apesar da redução, permanece o cenário de que a inflação voltará a ficar dentro da meta apenas no ano que vem -- a conta para 2026 no Focus também foi ajustada para baixo, de 4,44% para 4,43%.
O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
A pesquisa apontou ainda manutenção da taxa básica de juros Selic nos atuais 15% ao final do ano, caindo a 12,5% no fim de 2026, mesma projeção da semana anterior.
Na semana passada, o BC decidiu interromper o ciclo de alta nos juros básicos ao manter a Selic em 15% ao ano e ressaltou que antecipa manutenção da taxa por período bastante prolongado, também pregando cautela diante de incertezas geradas pela tarifa dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
O presidente dos EUA, Donald Trump, impôs no final de julho uma tarifa de 50% sobre a maioria dos produtos brasileiros, que entrará em vigor em 6 de agosto. Embora tenha suavizado o golpe ao excluir setores como aeronaves, energia e suco de laranja das taxas mais pesadas, o decreto de Trump não incluiu isenções para carne bovina ou café, duas importantes exportações do Brasil para os EUA.
No Focus, a projeção de superávit comercial para este ano caiu a US$65,25 bilhões, de US$66,70 bilhões antes. Para 2026 a estimativa passou a US$70,79 bilhões, de US$70,04 bilhões.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento permaneceu em 2,23% em 2025 e recuou 0,01 ponto para o ano que vem, a 1,88%.
(Por Camila Moreira)