Por Scott Kanowsky
Investing.com – As pressões inflacionárias exigirão que vários bancos centrais ao redor do mundo mantenham as taxas de juros mais elevadas no próximo ano, de acordo com um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico divulgado nesta sexta-feira, 17.
A OCDE declarou que os preços devem cair gradativamente na maioria das economias avançadas para 5,9% neste ano, antes de atingirem 4,5% em 2024. No ano passado, a inflação nos países do G20 alcançou 8,1%.
O grupo declarou ainda que essa expectativa de queda decorre principalmente do custo elevado do crédito, da redução dos preços da energia após um inverno mais ameno na Europa e da diminuição dos preços globais dos alimentos.
No entanto, o núcleo da inflação, indicador observado de perto pelas autoridades dos bancos centrais e que exclui itens voláteis, como energia e alimentos, "permanece persistente", devido à elevação dos preços dos serviços e à resiliência do mercado de trabalho.
"A política monetária precisa seguir firme até que haja sinais claros de que as pressões inflacionárias subjacentes caiam de forma duradoura", defendeu a OCDE em um comunicado.
A organização também elevou sua perspectiva de crescimento para este ano de 2,2% para 2,6% em uma atualização das suas previsões econômicas de novembro. O secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, observou que, embora a previsão seja mais otimista do que no final de 2022, a situação da economia global ainda era "frágil".
Os riscos são "inclinados para o lado negativo", alertou Cormann, destacando a "turbulência do mercado financeiro" em particular. O relatório da OCDE, concluído em meio a temores crescentes com a saúde do sistema bancário, sinalizou que taxas de juros mais altas poderiam continuar expondo vulnerabilidades no setor.
No início desta semana, o Banco Central Europeu aumentou os juros em 50 pontos-base, para 3%. Mas os dirigentes do banco disseram que não realizariam novos aumentos até que houvesse um arrefecimento da turbulência do mercado, decorrente do colapso do Silicon Valley Bank, bem como uma ação das autoridades suíças para reforçar a liquidez do Credit Suisse (SIX:CSGN).