Por Paula Arend Laier
(Reuters) - Pesquisa Febraban mostrou, nesta terça-feira, que bancos brasileiros estimam um crescimento de 7,4% na carteira de crédito em 2023, revisão para baixo ante a previsão de expansão de 7,6% registrada em apuração anterior, com redução em praticamente todos os segmentos.
A Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas é realizada a cada 45 dias, logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), e mostra a estimativa dos bancos para o comportamento de diversas variáveis da economia ao longo deste ano e do próximo.
A edição atual reflete entrevistas com 19 bancos, realizadas entre 8 e 13 de novembro.
De acordo com o levantamento, para a carteira livre, a expectativa de crescimento caiu de 6,4% para 6,1%, com queda da projeção para o desempenho da carteira destinada às empresas, que recuou de alta de 2,3% para 1,3%. Por outro lado, a projeção da carteira destinada às famílias subiu de 9,1% para 9,5%.
Na carteira direcionada, o prognóstico passou de aumento de 9,2% para 8,8%, com queda tanto na projeção da carteira pessoa jurídica (de 7,3% para 6,9%) como para pessoa física (de 10,2% para 9,8%).
Para 2024, a projeção da carteira total foi novamente revisada para cima, de 8,1% para 8,3%, puxada pela carteira com recursos direcionados (de 7,8% para 8,5%), especialmente pessoa física (de 7,9% para 9,1%). Já a projeção para o crescimento da carteira livre caiu de 8,4% para 8,2%.
De acordo com o levantamento, a expectativa dos bancos é de que a taxa de inadimplência da carteira livre fique em 4,9% neste ano, mantendo o percentual de pesquisa anterior. Para 2024, houve ligeira alta, com a previsão passando de 4,5% para 4,6%.
"Em geral, a pesquisa seguiu apontando uma revisão para baixo na expectativa para o crescimento do crédito neste ano, na esteira dos números ainda relativamente modestos que temos observado", afirmou Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
"Contudo, a queda da taxa de juros e da inadimplência, especialmente na carteira de crédito destinada às famílias, dá alguma confiança aos agentes de que o mercado de crédito tende a voltar a ganhar tração em 2024, o que provavelmente explica essa melhora das expectativas", acrescentou em comunicado.