Petrobras voltará à área de distribuição, seis anos após a venda da BR Distribuidora

Publicado 08.08.2025, 10:23
Atualizado 08.08.2025, 13:40
© Reuters.  Petrobras voltará à área de distribuição, seis anos após a venda da BR Distribuidora

A Petrobras (BVMF:PETR4) está voltando oficialmente ao setor de distribuição de petróleo, seis anos após ter saído da área com a venda da BR Distribuidora. O Conselho de Administração da estatal aprovou, em reunião realizada na quinta-feira, 7, sua volta à atividade, nos segmentos de refino, transporte e comercialização, gás e energia e baixo carbono.

Segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Petrobras prevê a expansão na distribuição de GLP (gás de cozinha), a integração com outros negócios no Brasil e no exterior e a oferta de soluções de baixo carbono aos clientes.

Segundo apurou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), na reunião da quinta-feira do Conselho de Administração, decidiu-se que era cedo para discutir a volta aos postos de abastecimento de combustíveis líquidos no momento, já que até 2029 a Petrobras não pode, por contrato, concorrer com a Vibra (ex-BR Distribuidora). Apesar da mudança de nome, a marca Petrobras foi mantida com a Vibra por dez anos.

A subsidiária foi vendida no governo Bolsonaro, em 2019, por R$ 9,6 bilhões. À época, a BR era a maior distribuidora do País, com 30% do mercado de combustíveis e lubrificantes e quase 8 mil postos.

Para que a venda fosse efetivada, Supremo Tribunal Federal (STF) precisou autorizar a privatização de BR Distribuidora sem o aval do Congresso. A justificativa da estatal, à época, era que a venda fazia parte do plano de desinvestimentos da Petrobras, que planejava usar os recursos para reduzir sua dívida e aumentar a capacidade de investimentos no pré-sal.

A volta da Petrobras à distribuição de GLP acontece em um momento no qual o governo tenta lançar o programa Gás para Todos, que pretende distribuir botijões de graça para famílias de baixa renda. A estatal era dona da Liquigás até 2020, quando vendeu essa operação para um consórcio formado pela Copagaz, Itaúsa (BVMF:ITSA4) e Nacional Gás por R$ 4 bilhões.

Analistas de mercado desaprovaram a iniciativa. "Vemos a medida sob uma ótica negativa", afirmou Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, em nota. "Trata-se de um segmento com margens historicamente mais apertadas, o que tende a reduzir a eficiência da alocação de capital e pressionar o rendimento anualizado do caixa livre."

O Citi afirmou em relatório que o ritmo de capex (investimentos em atividades produtivas) está mais alto do que o previsto, indicando que a Petrobras se aproxima de atingir sua orientação de US$ 18,5 bilhões. "A maior alavancagem chama a atenção para o fato de que, pela primeira vez em muito tempo, a Petrobras ultrapassou US$ 65 bilhões de dívida bruta", afirmam os analistas.

As ações da Petrobras chegaram a cair ao redor de 2% por volta das 10h30 desta sexta-feira, na contramão do petróleo. Além da retomada em refino, pesaram dividendos menores pagos pela estatal.

O Citi avalia que os preços mais baixos do petróleo pesaram sobre o balanço. A XP (BVMF:XPBR31) afirma que os resultados trimestrais da petroleira vieram em linha, mas que a geração de caixa e os dividendos ficaram abaixo das expectativas.

O movimento das ações da Petrobras derrubou o Ibovespa, que tinha quatro dias de altas consecutivas. Na semana, o indicador teve ganhos de 3,09% e ainda segue no patamar dos 136 mil pontos, considerado importante para a manutenção do canal de alta.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.