Com impulso do agro, PIB brasileiro cresce 1,9% no primeiro trimestre de 2023

Publicado 01.06.2023, 09:03
© Reuters.

Investing.com – O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve alta de 1,9% em relação ao trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo trimestre de 2022, o indicador subiu 4,0%. No acumulado dos quatro últimos trimestres, crescimento da economia brasileira totalizou 3,3%. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta, 01º de junho.

As expectativas consensuais eram de uma elevação de 1,4%, conforme o calendário econômico do Investing.com Brasil.

O trimestre contou com uma elevação robusta da agropecuária, que subiu 21,6%. Os serviços tiveram alta de 0,6% e a indústria apresentou relativa estabilidade, com retração de 0,1%.

Pela ótica da despesa, tanto o consumo das famílias quanto do governo apresentaram variações positivas, com 0,2% e 0,3%, respectivamente. Por outro lado, a formação bruta de capital fixo teve diminuição de 3,4%.

Considerando o setor externo, as exportações caíram 0,4%, enquanto as importações perderam 7,1%.

João Piccioni, analista da Empiricus Research, lembra que os números vieram melhores do que o esperado, com destaque para um agronegócio forte na base anual e trimestral. “Acho que há alguns contrapontos que precisam ser avaliados, como a dinâmica de impulso ocorrer devido à balança comercial, com queda na importação de bens e serviços”, detalha.

“O ponto que acho importante é perceber o caminho da desaceleração do consumo das famílias, com rota descendente. O consumo do governo também vem desacelerando o crescimento e, nesse sentido, achamos que o governo ainda está um pouco engessado”, completa. Na visão de Piccioni, a ótica de demanda foi salva pela balança comercial.

É um número positivo, mas provavelmente com impacto neutro para o mercado. No entanto, a surpresa reduz espaço para queda na taxa de juros básica da economia brasileira, a Selic, diante de uma atividade mais forte, avalia Piccioni.

Para o economista André Perfeito, no entanto, o resultado mostra que “a boa notícia é que está ruim, ou seja, a base de comparação é tão ridiculamente baixa que crescer é quase uma ilusão estatística”. Perfeito alega que, mesmo com medidas recentes de sustentação da demanda, incluindo reajuste do salário-mínimo e um Bolsa Família mais robusto, não seria possível afirmar que estas foram as causas do crescimento atual. “Foi um bom início, mas há muito o que ponderar. Dificilmente a agricultura irá ajudar tanto nos próximos trimestres e o setor externo pode não ser tão generoso também”, reforça, em nota.

Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, concorda que o dado mostra uma economia mais aquecida, o que reforçaria o movimento mais conservador do Banco Central, apesar de uma inflação mais fraca. Mesmo assim, Velloni espera uma diminuição da Selic em agosto, ainda que “em doses homeopáticas”.

Um período de chuvas melhor do que nos últimos anos levou a um agro que deslancha, segundo Velloni. No entanto, com preços menores na comparação com 2020, pondera o economista. O ponto de cautela ainda é o setor industrial, que deve ser o foco dos incentivos do novo governo. “O que atrapalha investimento industrial é juros. Além disso, com expectativa maior de juros, o varejo reage fortemente. São pontas muito sensíveis a juros”, completa.

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