Investing.com - O Produto Interno Bruto (PIB) apresentou estabilidade no quarto trimestre do ano passado, informou há pouco o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A projeção consensual era de uma alta de 0,1%. Dessa forma, a economia brasileira cresceu 2,9% em 2023, totalizando R$10,9 trilhões.
Pela ótica da oferta, a indústria cresceu 1,3% nos últimos três meses do ano, enquanto os serviços subiram 0,3% e a agropecuária recuou 5,3%. Entre as atividades industriais com melhor desempenho no último trimestre, estiveram as indústrias extrativas, com ganhos de 4,7%, construção, com expansão de 4,2% e eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, que registraram alta de 2,8%, ao passo que a transformação recuou 0,2%. No setor de serviços, outras atividades de serviços registraram alta de 1,2% e atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados uma valorização de 0,7%, enquanto o comércio recuou 0,8%.
Pela ótica da demanda, a formação bruta de capital fixo subiu 0,9%, assim como o consumo do governo. A alta no investimento ocorre após quatro trimestres em queda, recorda o economista André Perfeito. Já o consumo das famílias apresentou diminuição de 0,2%. Considerando o setor externo, as exportações de bens e serviços ficaram subiram 0,1%, rondando a estabilidade, enquanto as importações cresceram 0,9% nesta comparação.
Além disso, o PIB do terceiro trimestre também apresentou estabilidade, após ser revisado de uma alta de 0,1%. “A atividade econômica foi mais forte no primeiro trimestre com o agro muito forte, seguido por redução dos investimentos com o decorrer do ano, o que contribuiu para estabilidade do PIB no quatro trimestre em relação ao terceiro trimestre. Logo, começamos 2024 com a economia menos aquecida do que no início de 2023”, indica Alexandre Dellamura, mestre em Economia e head de conteúdo da Melver.
Dados de 2023
No acumulado do ano passado, a atividade agropecuária apresentou uma expansão de 15,1%, o que fomentou a alta na economia brasileira. Enquanto isso, os dados do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais mencionam ainda alta de 1,6% na indústria e de 2,4% em serviços. O IBGE aponta que o PIB per capita atingiu R$ 50.194, o que representa uma valorização de 2,2% em termos reais.
O desempenho das indústrias extrativas também foi um propulsor do PIB, com um acréscimo de 8,7%, notadamente em petróleo, gás natural e minério de ferro. Também registraram alta as atividades de eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos, com variação positiva de 6,5%.
Pela ótica da demanda, o IBGE destaca o avanço de 3,1% no consumo das famílias, ainda que a formação bruta de capital fixo tenha recuado 3,0%, principalmente em máquinas e equipamentos, com uma retração de 9,4%. O consumo do governo subiu, mas menos, 1,7% no ano passado.
O consumo das famílias teria sido alavancado pelo forte mercado de trabalho, “com uma dupla combinação entre aumento da ocupação e dos salários médios, como visto no resultado da taxa de desemprego”, avalia Maykon Douglas, economista da Highpar.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, aponta que o crescimento foi maior do que era esperado no início deste ano e que a recuperação é importante para resultados corporativos, assim como a queda na taxa de juros. “2024 tem tudo para ser um bom ano também”.
O impulso do consumo das famílias, da administração pública em ano eleitoral e do setor externo devem ser os propulsores neste ano, na avaliação de Perfeito. Já Dellamura indica que as expectativas, no momento, não são tão favoráveis para o agro, devido a efeitos negativos do El Niño, que já podem ser observados com menor produção de grãos e a quebra de produção. Além disso, há preocupação com investimento e poupança, que seriam um gargalo importante da economia brasileira.
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