Por insumo local, Lula diz que quis demitir chefe da Petrobras

Publicado 25.02.2025, 04:07
Atualizado 25.02.2025, 07:10

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender nesta segunda-feira, 24, a política de uso de conteúdo nacional para serviços e obras e disse, sem citar nomes, ter ameaçado um ex-presidente da Petrobras (BVMF:PETR4) de demissão por não seguir a determinação. Criticado por especialistas do setor, o uso de conteúdo nacional é defendido pelos governos do PT com o objetivo de ampliar a participação de companhias brasileiras da cadeia produtiva de petróleo e gás.

Na declaração de ontem, Lula contou que um então presidente da Petrobras teria dito a ele que iria comprar uma sonda da Coreia do Sul. "Eu falei: Não vai comprar. Se você comprar, a mesma caneta que te colocou na presidência vai te tirar da presidência. Nós vamos fazer aqui", disse ele, em Rio Grande (RS), na cerimônia de assinatura do contrato da Transpetro - estatal de transporte e logística de combustíveis - com o consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren, para a aquisição de quatro navios da classe Handy, em mais uma tentativa de impulsionar a indústria naval brasileira.

O investimento previsto nas embarcações é de US$ 69,5 milhões cada (R$ 1,6 bilhão no total). Os navios serão utilizados para transporte de derivados de petróleo na costa brasileira, informou a Petrobrás.

Esse é o primeiro contrato assinado pela Transpetro pelo Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. A companhia lançou, na semana passada, em cerimônia em Angra dos Reis, no Rio, licitação para aquisição de oito navios gaseiros, dentro da mesma iniciativa.

No evento, o presidente afirmou que vai recuperar a Petrobras e a indústria naval e que o dinheiro gerado pela petroleira vai ajudar o País a fazer a transição energética. "Resolvi recuperar a Petrobras e recuperar a indústria naval", disse.

Lula afirmou ser contra o combustível fóssil, mas acrescentou que, enquanto o País precisar dele, será o dinheiro da Petrobras que vai ajudar o Brasil a fazer a transição energética.

"Por que não aproveitamos essa tecnologia para a gente transformar (a Petrobras) na maior empresa de petróleo do mundo? ’Ah, mas agora a gente está discutindo a transição energética, a gente não precisa mais de petróleo. Agora é eólica…’ Tudo bem, eu sou contra o combustível fóssil, quando a gente puder prescindir dele. Enquanto a gente não puder, a gente tem de ter, porque é o dinheiro da Petrobras que vai ajudar a gente a fazer a revolução na transição energética", disse.

O presidente disse que, há anos, a estatal é "demonizada" por parte da população. "Desde que ela foi criada, eles trabalham contra a Petrobras e já tentaram destruí-la muitas vezes", citou, sem explicar de quem se tratava. "O Brasil é o maior país da América do Sul. Por que não temos uma indústria naval poderosa? Por que temos de comprar navios da Coreia (do Sul), de Cingapura, da China?", questionou.

PIB. Ao dizer que "a economia vai crescer mais agora", o presidente voltou ao tema do dólar. "Povo, quando pega R$ 1 mil, não compra dólar, vai comprar o que comer", afirmou.

"Não acreditem nessa bobagem da macroeconomia. ’A economia não vai crescer, a economia não vai crescer’. Deixa a bola rolar. Nós entramos no governo, a economia ia crescer 0,8%, cresceu 3,2%. No ano passado, ia crescer 1,5%, vai crescer 3,8%. E pode se preparar que vai crescer mais agora", disse, em referência a previsões feitas por especialistas do mercado.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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