Por Suvashree Choudhury
MUMBAI (Reuters) - O presidente do banco central da Índia, Urjit Patel, renunciou por "razões pessoais" nesta segunda-feira, decisão que os analistas vincularam à pressão do governo central para aliviar as restrições regulatórias.
"Por motivos pessoais, decidi deixar meu cargo atual imediatamente", disse Patel em comunicado no site do banco central após o fechamento dos mercados financeiros.
Analistas e observadores do mercado disseram que a recente disputa entre o banco central e o governo poderia ter sido um fator importante na decisão de Patel de renunciar.
"Muito claramente, a renúncia de Urjit Patel mostra que nada mudou", disse Yashwant Sinha, ex-ministro das Finanças e membro do Partido Bharatiya Ja, à CNBC-TV18.
"A renúncia é um sinal claro do governo tentando interferir no funcionamento do banco central", acrescentou.
O governo do primeiro-ministro Narendra Modi vem pressionando a autoridade monetária para aliviar suas restrições regulatórias sobre alguns bancos, infundir mais liquidez e facilitar as normas de capital, uma vez que o país enfrenta uma desaceleração da economia antes das eleições gerais previstas para maio.
O vice-presidente do banco central, Viral Acharya, disse em um discurso em outubro que reduzir a autonomia do banco central pode ser "catastrófico", provocando uma disputa pública que aumentou a divergência entre o banco e o governo.
A expectativa é que a renúncia de Patel agite os mercados financeiros nesta terça-feira. Os investidores ficarão ansiosos para saber quem é o substituto de Patel e a direção da política monetária e financeira do banco central, disseram analistas.