Investing.com – Diante dos temores de uma crise bancária mais ampla após a quebra de dois bancos, a falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank revelou falhas no sistema financeiro, que pode ter as regras endurecidas. Com a ampla repercussão do caso, segundo o banco suíço Julius Baer, um problema sistêmico não resolvido pode se tornar, rapidamente, em uma recessão, principalmente com a elevação da proporção do sistema financeiro frente à economia real. “Um dos aspectos mais preocupantes dos eventos atuais é sua rapidez. O que levou meses durante a crise de 2008 aconteceu em apenas três semanas desta vez”, alerta em relatório divulgado aos clientes e ao mercado.
Com a continuidade da política monetária contracionista, visando conter as pressões inflacionárias, os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa enfrentam um dilema entre a necessidade de diminuir o indicador de preços e um possível comprometimento da estabilidade do sistema financeiro.
Na visão de Yves Bonzon, diretor de investimentos do grupo, as autoridades monetárias devem pausar o ciclo de aperto e retomar as atenções para a situação dos bancos, pois a incerteza representa elevação dos riscos para a economia real.
“A nosso ver, esses os riscos são agora ainda mais agudos na América do que na Europa. Acreditamos que o sistema bancário europeu possui é mais robusto do que seu equivalente americano, especialmente devido à mudança regulatória em favor de bancos regionais nos EUA, o que levou a um excesso de volumes de empréstimos”, completa Bonzon.
Mudando a estratégia
Diante da mudança de cenário, o banco suíço decidiu alterar estratégia de alocação de títulos e fundos de investimento imobiliários.
O banco afirmou que está reduzindo títulos de alto rendimento dos EUA em favor de títulos corporativos com grau de investimento e títulos do Tesouro dos EUA.
Além disso, alterou a alocação estratégica para fundos de investimento em imóveis dos Estados Unidos e Europa para a Ásia e Suíça.
“No curto prazo, o mercado de ações reflete uma posicionamento cauteloso dos investidores, e acreditamos que as negociações doloridas devem se manter por enquanto. Nas próximas semanas, vamos considerar se devemos reintroduzir hedges, como fizemos no terceiro trimestre do ano passado”, completa o especialista.