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Por Sam Tabahriti
LONDRES (Reuters) - Protestos anti-imigrantes persistiram em todo o Reino Unido neste domingo, do lado de fora de hotéis que abrigam requerentes de asilo, um dia depois que a polícia foi forçada a separar manifestantes e contramanifestantes em várias cidades, enquanto as tensões aumentavam sobre as políticas de imigração.
Com pesquisas mostrando a imigração como principal preocupação de eleitores, o governo trabalhista do primeiro-ministro britânico Keir Starmer está sob pressão para cumprir sua promessa de acabar com o uso de hotéis, o que está custando bilhões de libras por ano.
O Reino Unido tem testemunhado protestos regulares nas últimas semanas do lado de fora de hotéis que abrigam requerentes de asilo, motivados em parte por preocupações com a segurança pública depois que um imigrante que estava hospedado em um hotel a leste de Londres foi acusado de agressão sexual.
Manifestações ocorreram neste domingo em todo o país, incluindo em Epping, a leste de Londres, Bristol e Birmingham.
Uma decisão judicial determinou na terça-feira a remoção de requerentes de asilo de um hotel em Epping, que se tornou um ponto crítico de protestos anti-imigração. O governo planeja recorrer da decisão.
Os manifestantes se reuniram lá novamente neste domingo, agitando bandeiras britânicas e segurando cartazes com os dizeres "Epping diz não" e "Pare os barcos".
No sábado, manifestantes anti-imigração se reuniram em pequenas manifestações em cidades por toda a Inglaterra, Escócia e País de Gales.
Dados oficiais divulgados na quinta-feira mostraram que os pedidos de asilo atingiram um nível recorde, com mais imigrantes sendo alojados em hotéis em comparação ao ano passado.
Nigel Farage, líder do partido populista Reform UK, que liderou as pesquisas de intenção de voto recentes, estabeleceu planos para deportações em massa de migrantes que cruzaram a fronteira da Europa continental em pequenos barcos, caso seu partido formasse o próximo governo.
Ele disse ao jornal The Times que retiraria o Reino Unido da Convenção Europeia dos Direitos Humanos, fecharia acordos de repatriação com países como Afeganistão e Eritreia e construiria locais de detenção para 24.000 imigrantes.
Neste domingo, o governo disse que reformaria seu processo de apelação de asilo para acelerar as decisões, reduzir o acúmulo de casos e eliminar gradualmente o uso de hotéis para abrigar requerentes de asilo.
De acordo com os planos, um órgão independente de juízes seria criado para lidar com recursos de asilo e reduzir o acúmulo de 106.000 casos, incluindo 51.000 recursos com tempo médio de espera superior a um ano.
A ministra do Interior, Yvette Cooper, disse que as mudanças faziam parte dos esforços para "restaurar o controle e a ordem" em um sistema que ela descreveu como "um caos completo" quando o Partido Trabalhista assumiu o poder no ano passado.
"Não podemos continuar com esses atrasos completamente inaceitáveis", disse Cooper.