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Resultado do setor público vem acima do esperado, mas economistas enxergam piora

Publicado 31.05.2023, 11:14
© Reuters.

Investing.com – Economistas esperavam um resultado do setor público brasileiro menor, mas alertam sobre a piora da trajetória e esperam uma deterioração das contas. O setor público consolidado registrou superávit primário de R$20,3 bilhões em abril, superior ao consenso de mercado, que era de R$16,3 bilhões, mas bem inferior ao nível registrado no mesmo mês do ano passado, quando atingiu R$40,3 bilhões em termos reais.

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Após a divulgação dos dados, o banco Goldman Sachs (NYSE:GS) divulgou relatório aos clientes e ao mercado em que avalia que, durante os últimos dois anos, as contas e a relação dívida/Produto Interno Bruto (PIB) foram beneficiadas com “uma gestão rigorosa das despesas públicas, mas também da aceleração da inflação e do crescimento nominal do PIB e de termos de troca mais firmes”, com preços elevados das matérias-primas. O Goldman prevê um afrouxamento da postura e projeta que o setor público consolidado volte ao déficit fiscal primário neste ano, com uma dinâmica da dívida bruta em trajetória ascendente.

A expectativa da XP (BVMF:XPBR31) era de superávit do setor público consolidado de R$19,4 bilhões, mas o resultado registrado é o pior para o mês desde 2020. Em nota ao mercado, Tiago Sbardelotto, economista da XP, destaca que o superávit primário do setor público recuou em abril quase 50% na comparação interanual. Segundo Sbardelotto, os indicadores do mês passado refletem uma deterioração no saldo primário tanto do governo central quanto dos subnacionais. “O resultado do governo central caiu mais de 43% em relação ao mesmo mês do ano passado, o que reflete menores receitas, especialmente não tributárias como royalties e participação especial do petróleo, e maiores gastos com benefícios sociais”, afirma. “Por sua vez, o resultado dos governos subnacionais caiu mais de 60% em relação a abril de 2022 pressionado pelos estados”, detalha o economista. No entendimento da XP, alterações no ICMS sobre combustíveis, comunicações e energia elétrica continuam pesando nos dados, assim como dificuldades na execução orçamentária.

A XP espera que o saldo primário do governo central continue em queda nos próximos meses diante de elevação de gastos relativos ao salário-mínimo e da diminuição das receitas com um cenário macroeconômico mais desafiador. “Por outro lado, como as variações do ICMS sobre energia elétrica e combustíveis implementadas no ano passado serão parcialmente revertidas, vemos uma estabilização nos governos subnacionais, principalmente no segundo semestre deste ano”, completa a XP, que estima déficit primário de R$95,1 bilhões, ou 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.

Já o Itaú BBA, que esperava superávit primário de R$18,3 bilhões, detalha que a dívida bruta do governo geral apresentou elevação de 73,0% para 73,2% do PIB entre março e abril, com estabilidade da dívida líquida em 57,2% do PIB.

Segundo relatório divulgado também nesta quarta, o banco avalia que a implementação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição “implica em um aumento significativo no gasto público em 2023, sugerindo um risco de volta a uma trajetória de elevação da dívida pública, após um superávit e queda da dívida temporários em 2022”.

Pedro Schneider, economista do Itaú BBA, lembra que o novo arcabouço fiscal promete um limite para o crescimento dos gastos uma e trajetória de resultado primário que considera ambiciosa. “Os principais desafios a frente estão relacionados à implementação da trajetória almejada e consequentes ganhos de credibilidade e consolidação da regra, focando inicialmente na recomposição do nível de receitas, após as perdas com desonerações do ano passado e diante do aumento do gasto permitido pela atual versão do arcabouço para o ano que vem”, completa.

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