Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - O Santander Brasil (BVMF:SANB11) pretende elevar nas próximas semanas sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2022 a um patamar superior a 2%, disse nesta segunda-feira o superintendente de pesquisa macroeconômica do banco, Mauricio Oreng.
Segundo ele, o viés mais positivo é decorrente da produção de matérias-primas no país e do mercado de trabalho.
"Estamos em processo de revisão de cenário, a projeção atual é de crescimento de 1,9% para 2022... daqui a umas duas semanas vamos revisar e provavelmente com um PIB um pouco mais forte, acima de 2%", afirmou o executivo durante evento da consultoria Datagro em São Paulo.
Já a projeção para o PIB do ano que vem foi mantida, com retração em torno de 0,5%, segundo ele.
Oreng destacou que o mercado de trabalho está mais aquecido e a economia brasileira tem rodado acima de seu potencial, considerando o cenário adverso em todo o mundo deixado pela pandemia de Covid-19.
Por outro lado, este contexto, somado a estímulos na parte fiscal que impulsionam a demanda, deve fazer com que o processo de desinflação seja mais longo.
"A queda da inflação vai ser mais difícil", alertou.
A expectativa do Santander é de que a inflação fique entre 6,5% e 6,8% neste ano, recue para cerca de 5,3% no ano que vem e tenha convergência para a meta somente em 2024, desde que haja "contenção na parte fiscal e, principalmente, uma política monetária apertada".
Para Oreng, os apertos na política monetária são vistos em diversos países do mundo, devido ao patamar "altamente inflacionário", o que deve fazer com que o dólar fique apreciado no mercado internacional. Há também uma perspectiva de arrefecimento nos preços das commodities, em geral. Com isso, o banco trabalha com perspectiva de 5,30 reais para o câmbio no Brasil até meados de 2024.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)