Investing.com – Após o primeiro corte na taxa básica de juros brasileira, a Selic, os agentes do mercado ajustam suas projeções sobre até qual patamar irá o ciclo de flexibilização monetária. Em relatório enviado aos clientes e ao mercado, a Guide Investimentos avalia, como cenário base, afrouxamento com corte de 0,5 ponto percentual por reunião, chegando a 8,75% ao final de 2024 e 7,50% em junho de 2025. A Guide estima ainda inflação de 4,1% ao final de 2024.
“Neste cenário, as expectativas de inflação em 12 meses convergiriam para a meta gradualmente ao longo do próximo ano”, afirmam Victor Beyruti Guglielmi, Rafael Pacheco e Fernando Siqueira.
O estudo considera um juro real neutro de 4,0% ao ano em três situações. Além do cenário base, há um mais otimista e um mais pessimista.
No otimista, a autoridade monetária levaria a Selic para 7% na última decisão de 2024, com manutenção neste nível por período prolongado. “Já no cenário pessimista, o ciclo seria menos constante, com o Copom derrubando a Selic para 9,0% em novembro de 2024, mas seria obrigado a interromper o ciclo de corte para então conseguir retomá-lo apenas ao final de 2025”, aponta a Guide.
O Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic na reunião de agosto deste ano pela primeira vez desde 2020.
Segundo a Guide, depois de manter a meta 3% na reunião de junho do Conselho Monetário Nacional (CMN), a credibilidade do BC foi reforçada, mas desde então as expectativas seguiram desancoradas. “Uma possível explicação para isso é que o mercado está colocando um maior prêmio de risco nas suas projeções de inflação devido à incerteza acerca da dinâmica da inflação global e com relação à postura dos novos diretores do Banco Central. O que parece mais provável na nossa visão é que essa diferença reflete à projeção pior para as variáveis fiscais”, completam os especialistas.
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