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LONDRES/LOS ANGELES (Reuters) - Ozzy Osbourne, líder da banda de heavy metal dos anos 1970 Black Sabbath, ganhou sua infâmia ao morder a cabeça de um morcego no palco e seguir um estilo de vida movido a drogas, antes de se reinventar como um astro adorável de reality show.
Conhecido pelos fãs como "O Príncipe das Trevas" e o "Padrinho do Heavy Metal", Osbourne morreu aos 76 anos de idade, informou sua família nesta terça-feira em um comunicado.
"É com uma tristeza maior do que as palavras podem expressar que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu nesta manhã. Ele estava com sua família e cercado de amor", disse a família, pedindo que sua privacidade seja respeitada.
Osbourne começou sua carreira com os sucessos do Black Sabbath, de "Paranoid" a "War Pigs" e "Sabbath Bloody Sabbath". Esses sucessos e uma série de lançamentos solo fizeram com que ele vendesse mais de 100 milhões de discos em todo o mundo.
Os riffs fortes e os temas sombrios -- da depressão à guerra e ao apocalipse -- combinavam-se com um instinto para a teatralidade do Dia das Bruxas. Como artista, Osbourne salpicou o público com carne crua e, em 1982, teve seu encontro com um morcego jogado no palco por um fã.
Ele sempre insistiu que achava que era um brinquedo, até que o morcego foi mordido, percebeu seu erro e correu para o hospital para tomar uma vacina contra a raiva. Mais tarde, ele vendeu bonecos de pelúcia de morcego com uma cabeça removível.
Osbourne era um alvo frequente de grupos conservadores e religiosos preocupados com o impacto negativo do rock sobre os jovens. Ele sempre reconheceu os excessos de seu estilo de vida e de suas letras, mas desdenhou dos relatos mais ousados de que ele era um verdadeiro adorador do diabo.
"Fiz algumas coisas ruins em minha época. Mas não sou o demônio. Sou apenas John Osbourne: um garoto da classe trabalhadora de Aston que largou o emprego na fábrica e foi em busca de diversão", disse ele em uma biografia de 2010.
John Michael Osbourne foi o quarto de seis filhos e cresceu em Aston, na cidade de Birmingham, no centro da Inglaterra. Ele lutou contra a dislexia, abandonou a escola aos 15 anos, teve uma série de trabalhos braçais e, em um determinado momento, cumpriu uma breve pena de prisão por roubo. Depois veio o Black Sabbath.
"Quando eu estava crescendo, se você me colocasse contra a parede com as outras crianças da minha rua e me perguntasse qual de nós chegaria aos 60 anos, com cinco filhos e quatro netos e casas em Buckinghamshire e na Califórnia, eu não apostaria em mim, de jeito nenhum."
Foram esses últimos estágios de sua vida que serviram de cenário para sua reinvenção em 2002 como astro do programa de TV norte-americano "The Osbournes".
As câmeras seguiam o Deus do rock envelhecido andando por sua enorme casa, pronunciando-se sobre os eventos com seu sotaque carregado de Birmingham e observando, perplexo, as travessuras de sua família -- um formato que conquistou legiões de novos fãs.
A família de Osbourne incluía a esposa e empresária Sharon, cinco filhos, incluindo Jack, Kelly e Aimee, e vários netos.
(Por Catarina Demony, em Londres, e Lisa Richwine, em Los Angeles; reportagem adicional de Jasper Ward)