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Por Monica Machicao e Lucinda Elliott
LA PAZ (Reuters) - O senador boliviano Rodrigo Paz está tentando aproveitar sua surpreendente vitória no primeiro turno enquanto se prepara para enfrentar o rival conservador Jorge "Tuto" Quiroga no segundo turno da eleição presidencial na Bolívia, marcado para o próximo domingo.
Concorrendo pelo Partido Democrata Cristão, Paz desafiou as expectativas no primeiro turno, em 17 de agosto, garantindo 32% dos votos, bem acima das previsões das pesquisas de opinião.
Sua plataforma moderada repercutiu entre os eleitores desiludidos com o partido governista Movimento ao Socialismo, fundado por Evo Morales, que sofreu sua pior derrota eleitoral em uma geração em meio a uma crise econômica cada vez mais profunda.
"A Bolívia não é socialista", disse Paz durante um evento de campanha no mês passado no oeste da Bolívia.
"A Bolívia trabalha com capital, trabalha com dinheiro... porque 85% da economia é informal."
Paz, 58 anos, nasceu na Espanha durante o exílio de sua família durante a ditadura militar da Bolívia e se formou na Universidade Americana em Washington. Seu pai é o ex-presidente Jaime Paz Zamora, que governou a Bolívia de 1989 a 1993.
Paz Júnior iniciou sua carreira política na região sul da Bolívia, Tarija, produtora de gás, passando gradualmente de vereador a senador.
Ele se posicionou como um candidato centrista, comprometendo-se a manter os programas sociais para os pobres e, ao mesmo tempo, promover o crescimento liderado pelo setor privado. Seu plano econômico inclui incentivos fiscais para pequenas empresas e trabalhadores autônomos, além de maior autonomia fiscal para os governos regionais.
"Ideologias não colocam comida na mesa", disse ele.
Assim como seu oponente Quiroga, ele disse que quer melhorar os laços diplomáticos com os países ocidentais, inclusive os Estados Unidos, depois de anos em que a Bolívia se alinhou com a Rússia e a China.
PROMESSAS DE MANTER BENEFÍCIOS
Para conquistar os eleitores de esquerda que abandonaram os socialistas, mas desconfiam do corte de custos prometido por Quiroga, Paz adotou na campanha de segundo turno um tom mais populista do que no primeiro turno.
"Desde o primeiro dia, teremos combustível, teremos incentivos fiscais", disse Paz em um debate televisionado em 12 de outubro. "Todos os benefícios sociais serão respeitados."
Os oponentes dizem que essas promessas não são realistas, e os economistas alertam que quem quer que ganhe terá muito trabalho pela frente.
"O buraco fiscal é imenso", disse Jonathan Fortun, do Instituto de Finanças Internacionais. "A questão não é se o ajuste virá, mas com que rapidez e quão perturbador ele será."
O apoio a Paz no primeiro turno foi reforçado por seu companheiro de chapa Edman Lara, um ex-policial conhecido por vídeos virais do TikTok que expõem a corrupção.
As pesquisas de opinião sugerem uma disputa apertada. Quiroga lidera as intenções de voto com 42,9%, à frente de Paz com 38,7%, de acordo com uma pesquisa de outubro da Red Uno. Outra pesquisa indicou uma mudança tardia em direção a Paz, com 10% dos eleitores indecisos indo em sua direção.
(Reportagem de Lucinda Elliott, em Montevidéu, e Monica Machicao, em La Paz; Reportagem adicional de Daniel Ramos, em La Paz)