Taxas de juros sobem com piora da aversão ao risco geopolítico na véspera do Copom

Publicado 17.06.2025, 15:24
Atualizado 17.06.2025, 18:40
© Reuters Taxas de juros sobem com piora da aversão ao risco geopolítico na véspera do Copom

Os juros futuros subiram nesta terça-feira, 17, com exceção dos vértices curtos, que terminaram o dia estáveis. Pesou sobre a curva local a piora na aversão ao risco geopolítico dada a escalada das tensões no Oriente Médio, o que eleva o cenário de incertezas nesta véspera de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 fechou em 14,860%, de 14,863% na terça-feira no ajuste, e a do DI para janeiro de 2027 subiu de 14,17% para 14,23%. O DI para janeiro de 2029 terminou com taxa de 13,54%, de 13,45%.

Após uma manhã de movimentos lateralizados, as taxas passaram a avançar à tarde com a possibilidade de intervenção dos EUA no Irã. Fontes indicaram à CNN que o presidente Donald Trump está cada vez mais inclinado a usar recursos militares dos EUA para atacar instalações nucleares iranianas e a rejeitar a ideia de uma solução diplomática. Trump afirmou nesta terça que a paciência com o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, "está se esgotando". A busca por segurança pressionou os rendimentos dos Treasuries para baixo e o dólar teve alta generalizada. O petróleo subiu mais de 4%.

"Os mercados abriram mais tranquilos, mas, com as notícias à tarde de que Trump poderia autorizar um ataque a instalações nucleares no Irã, pioraram um pouco. Mas nada muito dramático, dada a dimensão do conflito", afirma o economista e sócio-gestor da Oriz Partners, Carlos Kawall, para quem o Brasil de certa forma está "protegido" pela condição de exportador de petróleo.

Os trechos mais afetados na curva foram o longo, normalmente mais sensível aos eventos externos, e o intermediário, que capta um pouco do exterior mas também os efeitos para os próximos meses produzidos pelos movimentos da Selic no curto prazo, pela questão da defasagem. Na percepção dos agentes, as tensões geopolíticas não devem pesar sobre a decisão do Copom de amanhã, mas fecham ainda mais o espaço para qualquer tipo de indicação sobre os próximos passos da política monetária.

"Já não acreditávamos em guidance. Mesmo considerando que teremos alta de juros de 0,25 ponto porcentual, a desancoragem das expectativas de inflação e o hiato do produto positivo não permitem que o BC afirme que o ciclo de alta acabou", afirma o economista-chefe da MAG Investimentos, Felipe Rodrigo de Oliveira.

Do mesmo modo, o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, acredita que os diretores "não vão se comprometer com nada". "O cenário externo está bem incerto para as próximas reuniões e o cenário local tá dando sinais de que a política monetária começou a pegar tração", avalia, dando como exemplo o comportamento de indicadores como o IBC-Br ex-agro, o mercado de crédito e a desinflação dos IGPs.

O cenário das apostas para a taxa básica na quarta-feira segue dividido, mantida a proporção de 60% a 40% de probabilidade de alta de 25 pontos-base e manutenção do nível de 14,75% na precificação dos DIs e nas opções digitais da B3 (BVMF:B3SA3).

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